Opinião

Enquanto isso, nós, brasileiros, continuamos a perguntar: onde está a justiça?

Redação DM

Publicado em 21 de junho de 2017 às 02:48 | Atualizado há 8 anos

Para nós, brasileiros, principalmente nos últimos anos, justiça tem sido o sinônimo da cegueira imparcial da injustiça, da espada impune que corta somente para o lado dos mais poderosos; palavra bonita de se pronunciar, mas, na prática, impraticável, platônica em sua essência, falsa no dia a dia, distante da plebe, ausente da massa, inaudível nas filas dos hospitais públicos, amordaçada na garganta dos cidadãos que padecem por falta de segurança pública, ignorada pelos governantes idiotas e que não investem com seriedade na educação, a fim de formar homens e mulheres mais críticos, mais intelectuais e mais cultos, sobretudo, no sentido de conhecerem com  mais profundidade as suas raízes.

Será que a justiça brasileira tornou-se decrépita? Ou transformou-se em totalmente obsoleta? Porque infelizmente, o que temos visto nos últimos anos no Brasil, é a justiça perdendo o seu efeito e tornando-se  cada vez mais esfacelada nos discursos demagógicos dos políticos inescrupulosos, que nos conchavos milionários envergonham os parlamentos, devido á prática ininterrupta da corrupção em todos os seus sentidos, causando em nós, eleitores, repulsa, ódio, vergonha, uma vez que, tais políticos que agem assim, são traidores da democracia, quadrilha de salteadores que roubam o povo em detrimento dos conchavos pecuniários, um bando de salafrários que tentam  pelo preço do vil metal, perpetuarem-se  no poder a fim de permanecerem  praticando todos os tipos de peculatos.

Parlamentos e palácios brasileiros infestados de ratos bípedes e manchados pela nódoa perene do descalabro vergonhoso e da pecha maldita da desonestidade, impulsionados pelas benesses rechonchudas que, contribuem para o enriquecimento ilícito de uma “banda podre” dos nossos representantes legais, que enquanto banqueteiam ás custas do erário público e zombam dos pobres assalariados nas suas festas de galas regadas ao bofe da desgraça alheia, a população do Brasil assiste indefesa, atônita, imóvel e anestesiada, os poderes da nação como que jogados na lama fétida da conivência impune,  advinda dos “apadrinhamentos”, das “familiocracias” e de uma grande parcela de parlamentares e de governantes brasileiros, que fazem da reeleição um meio de “negociata rentável”  para eles , para os seus familiares  e para os seus “apaniguados”,  enquanto milhões de  brasileiros sofrem na pele com o desemprego, com a  fome, com a  miséria, sendo que em muitos casos, o que lhes faltam são oportunidades para mostrar os seus talentos, a fim de que possam ter um pouco mais de dignidade.

Até mesmo nos altos escalões magistrais, onde a justiça deveria pairar com  toda a sua liberdade e  em toda a sua plenitude, dá-nos a impressão de que  a mesma foi enxotada, ou  quem sabe maquiada pela  máscara da injustiça, negociada pela compra de  sofismas monetários que infelizmente, no Brasil, continuam a comprar não só os políticos, mas, muitos outros  homens e mulheres investidos de autoridades nos diversos poderes. Envergonhada e tolhida a nossa justiça se escondeu na toga dos magistrados e encolheu-se na manga talar do escuro anonimato do poder Judiciário, talvez na espera interminável de que um dia a venda negra dos seus olhos, seja desvendada e ela comece a praticar a justiça  em sua amplitude.

 

(Giovani Ribeiro Alves, filósofo, professor de Filosofia na Escola Estadual Vida Nova, em Goiânia, escritor, poeta e articulista do Diário da Manhã)

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