Senador Wilder: o semeador de livros
Diário da Manhã
Publicado em 18 de junho de 2017 às 01:14 | Atualizado há 8 anos
Jogar todos os políticos na vala comum da corrupção é um gesto insensato. Pode até se dizer que há um predomínio de corruptos gerindo os destinos políticos do Brasil, mas a generalização é um ato injusto. Entre os que vejo escapar da pecha da corrupção, está, por exemplo, o senador Cristovam Buarque: uma grande lucidez dentro do Senado. Outro por quem tenho também uma grande admiração é Wilder Morais: um goiano de Taquaral de Goiás, mas que age como um mineiro, sem fazer alarde, apenas trabalhando: quando não é destinando emendas para prefeitos de todas cores partidárias, é acompanhando estes em reuniões nos ministérios para consolidação de convênios. É parlamentar sem nódoa, seu nome não aparece em nenhum escândalo entre os muitos pipocando por aí. Aponto também o senador goiano Ronaldo Caiado entre os que vejo como bons olhos.
Há outros senadores e até deputados federais a serem nominados como não-corruptos, mas me limitarei neste texto a apontar os três e me demorar um pouco mais nas palavras voltadas ao senador Wilder para justificar em que se dá o meu respeito por ele. Eu que já vinha gostando do seu trabalho no Congresso, marcado pela apresentação de inúmeros projetos de leis criativos e alguns usos da Tribuna do Senado para discorrer sobre assuntos relevantes, passei a admirá-lo ainda mais com o destino que ele dá à sua verba de gabinete.
Enquanto muitos utilizam esses recursos para falar de suas ações parlamentares, muitas vezes até exagerando na tinta do adjetivo, Wilder emprega a sua na confecção de livros para estudantes. Muito louvável essa ação dele. O que nos leva ao poeta baiano Castro Alves, que chama de “bendito” aquele que semeia livros e assim põe o povo para pensar. O ato de pensar é valioso. Ele promove o aprimoramento social, torna a democracia mais apurada, mais sólida, faz as pessoas existirem conscientes de sua cidadania.
Há um mês, o senador Wilder esteve na Universidade Alfredo Nasser, em Aparecida de Goiânia, distribuindo livros a estudantes de Direito. Uma afilhada minha foi uma das que receberam o Vade Mecum Penal. Gostei de ver o entusiasmo dela ao tomar conhecimento da história de vida do senador, marcada pelo sucesso, o qual só foi possível porque ele, movido de muita determinação, se dedicou aos estudos para valer e conseguiu, com muito sacrifício se tornar engenheiro civil.
A história de vida do senador Wilder serviu de alento à minha afilhada, que agora está mais empolgada com o curso que faz. O senador agora é o espelho dela. Tomara que não falte a ela a determinação que teve Wilder para realizar seu sonho: deixar a vida de menino pobre da roça para se tornar doutor.
Rosa Maria de Oliveira, é funcionária pública aposentada