Crise vira oportunidade de atração de investimentos
Diário da Manhã
Publicado em 6 de junho de 2017 às 01:40 | Atualizado há 8 anosBrasil em crise virou a grande oportunidade para os investidores estrangeiros ampliarem seus negócios, em um país que está barato, por conta do cenário político e econômico. Por enquanto, a crise política e institucional está longe de ser considerada como fator de preocupação econômica ou de instabilidade pelos investidores. Pelo contrário, têm ajudado, já que os preços dos ativos caíram. Neste cenário, empresas internacionais prospectam negócios em regiões com boas perspectivas de crescimento econômico, como o Centro-Oeste, por exemplo.
Com forte apetite para o risco e sem medo de gastar, investidores chineses planejam desembolsar neste ano US$ 20 bilhões na compra de ativos brasileiros – volume 68% superior ao de 2016. O Brasil se transformou no segundo destino de investimentos da China na área de infraestrutura no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Maior comprador de soja e minério de ferro produzido no país, o gigante asiático quer ser protagonista também na produção, especialmente no setor do agronegócio. Para os produtos brasileiros chegarem mais barato e mais rápido ao seu território, a China pretende investir forte em infraestrutura, especialmente em ferrovias, nas rotas favoráveis aos interesses de suas exportações e importações e à política de internacionalização de suas empresas. O chinês aperta o olho para enxergar longe e opera sua economia em uma lógica de 15 a 20 anos, investindo a longo prazo em regiões promissoras, como o grande corredor de exportação que tem marco zero no ramal das ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica, em Anápolis, no Porto Seco Centro-Oeste.
Na rota do desenvolvimento, Anápolis é o eixo da região que mais cresce no país e tem tudo o que a China procura: posição geográfica privilegiada, acesso aos maiores mercados de consumo do país, mão de obra abundante e qualificada, boa infraestrutura econômica, linhas de crédito competitivas, através de incentivos fiscais, e um mercado de consumo regional em plena ascendência, com 7,5 milhões de habitantes e PIB de R$ 260 bi. É de longe o segundo maior polo de investimentos do Brasil, atrás apenas do corredor São Paulo-Rio de Janeiro, conforme pesquisa da Urban Sistems divulgada pela revista Exame.
Focada em vender Anápolis, polo de desenvolvimento regional com visão internacional, a Associação Comercial e Industrial de Anápolis vai correr atrás do investidor chinês, objetivando agendar a vinda de uma missão comercial à cidade, através de conexão com o embaixador da República Popular da China no Brasil, Li Jinzhang, o cônsul geral da República Popular da China em São Paulo, Song Yang, e o presidente da CCIBC – Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang.
No momento em que a crise baixa os custos e cria oportunidades, a política estratégica do Projeto Anápolis Global insere a ACIA na vanguarda da atração de investimentos para acelerar o desenvolvimento da cidade.
(Anastácios Apóstolos, presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis)