O Cristo planetário e a via única da amorosidade

Em dado momento da história cósmica o Cristo planetário decidiu elaborar um muito bem urdido projeto reencarnatório e dar um novo mergulho no Jordão da carne.   Revelam as nossas tradições em perfeita sintonia com os vaticínios de antanho que ao vir a lume e revestir-se na indumentária física de Jesus de Nazaré, Ele trazia em sua bagagem o desejo de redirecionar os caminhos da humanidade.  A sua era a veneranda missão de inaugurar na face escura do planeta formoso a presença do amor incondicional.

Modelo e Guia perfeito da humanidade Ele passou pela vida temporal urdindo o bem, exemplificando a humildade, vivenciando a fraternidade universal, amando  incondicionalmente a Deus e ao próximo. Generoso e compassivo,  esparziu a luz da esperança e plantou a semente da fé no solo fértil do coração da humanidade.   Seguro, intimorato e deixando pegadas de amor e um rastro de luz pelos caminhos percorridos recomendou-nos o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Mestre por excelência legou às futuras gerações as luzes do Evangelho,  o maior código de ética da humanidade, esculpido na consciência de toda criatura. Mais de dois mil anos de sua estada no orbe são passados e até hoje ainda não conseguimos aprender a lição de casa. O bom senso diz, a ética confirma e a Verdade comprova que ninguém consegue amar a Deus e a outrem sem antes passar pela abençoada lei do auto amor e do auto perdão.  Estas premissas norteadoras da conduta humana demonstram comprovando que a amorosidade é uma via de mão única e que o amor verdadeiro não exige reciprocidade. Enquanto guia e modelo perfeito da humanidade, caminho, verdade e vida, Jesus comprovou exemplificando que o amor que cobre multidão de pecados é lei impostergável da vida imperecível. Justo e misericordioso recomendou o cultivo permanente da fraternidade universal e a prática da caridade que reconhece ser: “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.”

Em um dado momento, já agora no entardecer da vida física permitimos que o andejar da nossa mente saísse em busca de novos caminhos e alternativas mais eficazes para combater e domar o enorme  manancial de nossas gritantes imperfeições morais e deparamos com a amorável presença de nossa própria intuição. Altaneira, soberana e intimorata a veneranda esculpidora da senda da nossa trajetória começou a lecionar com brandura e mansidão: “Filho querido do meu coração é chegado o bom e abençoado momento de recomeçar.” “Mantenha a serenidade e o equilíbrio que já cultivas e avance caminhando sem pestanejar jornadeando sempre pela via única da amorosidade”. “Siga garboso e soberano avançando para frente e para o alto porque não existe outro caminho capaz de conduzi-lo com segurança ao porto seguro da esperança, da prosperidade espiritual e da paz interior.  O seu, como o de todos os seus irmãos em humanidade, cidadãos do universo e viajores da eternidade é o compromisso inarredável de amar incondicionalmente a todas as criaturas para que a sua luz possa verdadeiramente brilhar diante dos homens. Assuma definitivamente o comando de sua própria individualidade e siga avançando na direção da bem sem olhar para traz. Não se imiscua demasiadamente nas angústias passageiras da vida temporal.

Lembre-se que em um orbe caracterizado por paradoxos, incoerências e contradições, ainda mourejam jornadeando no horizonte da mente humana densas energias vibracionais hauridas das entranhas do desamor.   Não olvide que este é o mundo que você merece. O planeta que a Divina Misericórdia lhe ofereceu para ajudá-lo a consolidar a conquista vitoriosa da plenitude moral. O seu mundo é  um educandário de luz, uma escola de amor e a gloriosa universidade das almas perfeitamente sintonizadas com o seus estágios evolutivos. Você sabe à saciedade, que cada criatura traz consigo maneiras próprias de pensar, falar e agir. Você reconhece publicamente que nada tem a ver com o que as pessoas pensam e falam a seu respeito, porque isto não é da sua conta, visto que cada um é responsável, tão somente, pelo que pensa, fala e faz.  Mantenha a calma diante de toda e qualquer situação.

Cuide exclusivamente da sublime tarefa de transformar o seu mundo íntimo. Lembre-se de que se alguém ainda o irrita você se faz prisioneiro da sua sintonia vibracional. A ausência de zanga que gera a paz interior enseja a amorável presença da paciência, dileta amiga da resignação, da tolerância, da renúncia e da sabedoria. Entenda meu filho, que aqui no palco da vida física onde as coisas realmente acontecem é o local apropriado para você iniciar o exercício e o desenvolvimento de sua embrionária e incipiente capacidade de amar, servir e perdoar. Lembre-se que o nosso exercício reencarnatório é de ampliação do olhar existencial. Nunca se esqueça de que aos olhos do Criador todas as almas que vinculadas ao ergástulo carnal ainda estagiam nesta nave planetária são rigorosamente iguais. Ninguém aqui é melhor do que ninguém. Siga avante sem vociferar fugindo da discussão áspera e do debate improdutivo.  Não deblatere nunca. Reconheça o imenso exército de suas quase invencíveis imperfeições e não descure de sua caminhada em busca da perfeição. Evite o escândalo. Não se entregue à vitimização ruinosa que poderá conduzi-lo ao charco lamacento do desalento, da intolerância, do desânimo, da intriga, da discórdia e da desesperação. Resista, seja audacioso e persistente para não se entregar ao chacal devorador do “coidadismo” e às intermináveis e improdutivas lamentações de tantas almas débeis e debilitadas desejosas de encontrar a luz.

Antes de despedir-me de você e entregá-lo às delicias do sono reparador desta noite desejo compartir outro ensinamento que haurido em esferas superiores, além-fronteiras do nosso orbe, considero de grande valia para o seu permanente aprendizado moral: Sou a sua padroeira. Siga sempre as minhas orientações.   Quando lhe faltar a calma, a indiferença recrudescer, as vicissitudes aumentarem, os vendavais da sorte o açoitarem, quando no momento da maior aflição, a alma estiver na iminência de desfalecer, as promessas falazes do mundo o iludir, a tristeza e a melancolia povoarem o seu coração, quando o desalento fizer fenecer seus ideais mais belos, a impiedade recusar-se a revelar-lhe as faltas, quando duvidares de suas próprias convicções e já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera: busca-me, chama-me, invoca-me, clama por mim, procura-me, apela para mim, recorre a mim, aproxima-te de mim.

Eu o acolherei afetuosa, terna e amoravelmente filho querido do meu coração  porque sou luz, força, refúgio, bálsamo, paciência, sinceridade, alegria, esperança, crença, renúncia e perdão. Eu sou a sua intuição. A bússola orientadora da sua trajetória, a voz silenciosa do seu eu interior.   E em sua veneranda missão educativa pouco antes de, resplandecente de luz  afastar-se temporariamente de nosso convívio fez surgir outros ensinamentos preciosos no rústico cenário panorâmico da nossa tela mental: “Amai-vos uns aos outros, amai os vossos inimigos, não se turbe o vosso coração, no mundo tereis aflições mais tende bom ânimo eu venci o mundo, eu sou o caminho a verdade e a vida, conhece-se a árvore pelos seus frutos, vós sois o sal da terra e a luz do mundo, faça brilhar a sua luz, sede perfeitos,  ama, trabalha, serve, espera, aceita, perdoa e agradece. Ame mais que o amor é uma corrente você  é o elo que unirá toda essa gente.”

A hora presente não se compadece com a inércia dos bons. Nem tudo está perdido, Jesus continua no leme de nossa embarcação planetária e ainda a tempo de poder recomeçar.  O venerando Francisco Cândido Xavier, apóstolo do Espiritismo no Brasil vem em nosso socorro: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)