Opinião

Por que simples, se pode ser complicado? 

Diário da Manhã

Publicado em 14 de junho de 2017 às 02:43 | Atualizado há 8 anos

Este dilema é enfrentado todos os dias na imprensa, em escolas e em universidades, na publicidade, em documentos oficiais.

Palavras de uso raro e coletivos que poucos conhecem infestam a língua portuguesa e já serviram de grife a modos de falar e de escrever que, por falsamente refinados, enganaram os incautos.

Mas, em busca de simplicidade no estilo, não teremos caído no outro extremo, em excessiva simplificação, com o fim de, indulgentes com leitores despreparados, sermos cúmplices de ignorantes?

“Uma súcia (quadrilha) de estrangeiros, aliada à corja (de malfeitores) local, afanou (roubou) o armentio (rebanho) do pampa, já atacado por abigeatários (ladrões de gado). “ A cáfila (de camelos) atravessou os quatro biocoros (regiões): o deserto, a pradaria, a savana e a floresta. “A récua (rebanho) do fazendeiro era composta de alimárias (animais) gordas, algumas das quais foram atacadas por senhuda (feroz) e famosa alcatéia (de lobos). “Vendo aproximar-se a vara (de porcos) medonha, o mosco (antigo sacerdote), estrafegando (rasgando) as poderes (suas vestes), deblaterou (gritou): “Discirno (percebo), ocultas no meia da vezeira (manada de porcos) muitas alimárias (animais) anômicas (sem ordem) açuladas (atiçadas) pelo Coiso bleso (Demônio gago), não pelo pastor bondadoso (bondoso), que protegia a piara (coletivo equivalente a bando, vara etc)”.

 

(Edvaldo Nepomuceno, escritor)


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