Um laboratório na política
Redação DM
Publicado em 10 de junho de 2017 às 02:08 | Atualizado há 8 anos
O problema da maioria dos meus colegas jornalistas que lidam com cobertura política é que eles só enxergam o que está na frente. Quando deveriam enxergar o que está por trás. Aí ficam reproduzindo a cortina de fumaça produzida pelos políticos ao invés do porque eles estão fazendo e o que, realmente, eles estão fazendo. E fica aquela distância da população e da realidade…
Venho do movimento estudantil e já fui filiado a quatro partidos (PSDB, PTN, PMDB e PT). Pelo PSDB fui candidato a presidente do Diretório Central dos Estudantis da então Universidade Católica de Goiás, com 18 anos. Pelo PTN fui candidato a vereador em Goiânia, com 19 anos. No PMDB, na prática, exercia a presidência estadual da juventude do partido, com 24 anos. Período em que recebia frequentes ligações de Iris Rezende e exercia influência junto as lideranças do partido, com exceção de Dona Iris–pessoa pela qual nunca consegui nutrir admiração. No PT disputei contra a tendência majoritária em Goiás uma Secretaria da legenda, aos 27 anos.
Fui assessor de imprensa de um político proveniente do PFL, Francisco Gedda. Também fui bem próximo a Vanderlan Cardoso. Além de acompanhá-lo nas viagens que fazia como candidato ao governo de Goiás em 2010, ao lado de Jeovalter Correa elaborei o seu plano de governo. Por dois anos fui assessor de imprensa e companheiro de primeira hora de Antônio Gomide (PT), ex-prefeito de Anápolis e candidato a governador de Goiás em 2014.
Em todas essas agremiações mantive os bons amigos.
Em suma, vivi um “laboratório” na política. Não que todo jornalista que lida com política deveria viver toda essa experiência. Mas, indubitavelmente, existe uma necessidade da maioria fazer um laboratório na área. Isso tornaria a política mais interessante para o grande público, bem como aproximaria mais as pessoas dessa atividade que controla a vida de todos.
Vejam o futebol! O quanto ele é esmiuçado por jornalistas e comentaristas… Igualmente, a política também precisa ser melhor analisada e noticiada.
Igor Arruda, jornalista