Opinião

Quanto mais Estado, mais carne podre!

Diário da Manhã

Publicado em 24 de março de 2017 às 02:51 | Atualizado há 8 anos

Leandro Ruschel, empresário brasileiro na Flórida, escreve:

“Existem três medidas efetivas para melhorar a qualidade de qualquer produto ou serviço, como os alimentos.

1) Concorrência.

2) Consumidor exigente.

3) Justiça funcional.

O que temos no Brasil é o oposto disso.

O Estado gigante criai milhares de regulamentações, não com o objetivo de melhorar a qualidade, mas sim para criar em conjunto com as regulamentações um exército de fiscais, com os postos chaves ocupados por indicados políticos.

Tal arranjo permite que um grande grupo de sanguessugas extraia dinheiro do pagador de impostos, seja através de salários de marajás garantidos pela vida, seja pela propina cobrada dos empresários e dividida com os políticos.

Esse é o esquema presente em quase toda a atividade produtiva brasileira. A velha criação de dificuldades para a venda de facilidades.

Além disso, apenas grandes empresas podem cumprir a regulamentação infinita, tirando do mercado a concorrência gerada pelas pequenas.

Para completar o ciclo de consolidação do poder concentrado, as oligarquias controladoras de um setor conseguem cada vez mais benefícios estatais, em troca oferecendo dinheiro e outras benesses para políticos corruptos.

Nenhuma empresas representa melhor esse ciclo do que a JBS, com R$ 10 bilhões captados no BNDES e financiamento de mais de 300 políticos, com R$ 500 milhões doados oficialmente, só podemos imaginar o quanto foi passado pelo caixa 2.

O consumidor é educado para acreditar no Estado e depender do Estado, então ele acaba não desenvolvendo um senso crítico mais apurado. De qualquer forma, num mercado altamente regulamentado e concentrado, ele acaba não tendo muitas alternativas, especialmente se não tem dinheiro para exigir qualidade. Como o Estado abocanha mais da metade do que o sujeito ganha e todo esse esquema deixa tudo mais caro, realmente ele não está numa posição de poder.

Por fim, a Justiça, que opera através das leis escritas pelos mesmos políticos corruptos em benefício próprio, com uma estrutura inchada e ineficiente, simplesmente não funciona.

Ou seja, quem comete crimes sabe que provavelmente não será pego. E se for, dificilmente pagará muito caro. No Brasil, o crime compensa.

A solução está em diminuir a regulamentação, diminuir a estrutura de fiscalização, diminuir impostos e endurecer as leis, além de aumentar a eficiência da Justiça. Dessa forma a concorrência aumenta, o preço diminui e o consumidor tem mais poder de escolha, além de mais dinheiro no bolso para se educar e consumir produtos cada vez melhores.

Nos EUA, por exemplo, os casos de adulteração de alimentos são raros porque se alguém for pego fazendo isso apodrecerá na cadeia, além da empresa acabar na hora. Também por exigência do consumidor e pelo nível de concorrência, não há espaço para baixa qualidade. Os produtos ruins simplesmente não tem espaço.

Enfim, inúmeras vezes já foi provado que aumentar a presença do Estado nas relações comerciais simplesmente não funciona. Pior, gera todo esse ciclo negativo exposto.

Mercado livre e Justiça forte. É disso que precisamos” !

 

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra, escreve as terças, sextas, domingos. [ [email protected]])

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