Política

Lava Jato aponta operadores goianos

Diário da Manhã

Publicado em 10 de março de 2017 às 02:21 | Atualizado há 4 meses

O ex-diretor da Construtora Norberto Odebrecht, Alexandrino de Alencar, disse em depoimento no Tribunal Superior Eleitoral que políticos receberam propina para apoiar a chapa da presidente Dilma Rousseff à reeleição em 2014 e que dois dirigentes partidários de Goiás estavam nessa negociata. Segundo ele os goianos receberam cada um R$ 7 milhões em nome do PC do B e do Pros para suas legendas apoiarem a chapa Dilma/Temer.

Alexandrino Alencar nominou expressamente o ex-vereador e deputado estadual em Goiás pelo PC do B, Fábio Tokarski e o próprio presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior. “Eles receberam diretamente as quantias após indicação para esse fim”, frisou o ex-diretor da construtora baiana.

O depoimento de Alexandrino foi prestado para o ministro Herman Benjamim, do TSE, que preside o processo de investigação eleitoral da chapa reeleita em 2014. Integrante da leva de funcionários e dirigentes da empresa que aceitaram fazer a delação premiada como forma de colaborar com a Justiça em troca de redução de suas penas pelos atos de corrupção desvendados na Operação Lava Jato, Alencar contou que destinou R$ 30 milhões para partidos políticos naquela eleição. PDT, PC do B, PP, PRB e Pros entraram no bolo, segundo ele, mas três siglas receberam menos que as demais.

Uma planilha de notas que a Polícia Federal encontrou em poder do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, chamado jocosamente de “Príncipe”, narrava essas peripécias de distribuir dividendos da corrupção para partidos que apoiaram a chama Dilma-Temer. De posse dessa planilha os investigadores partiram em busca de evidências que justificassem as suspeitas de que dinheiro oriundo da corrupção da Petrobras irrigou os esquemas partidários que negociaram apoios nas eleições de 2014.

Após Marcelo Odebrecht contar em detalhes para os procuradores da República a distribuição de propinas para partidos apoiarem Dilma e Temer os outros funcionários da empresta também resolveram contar o que sabiam.

Mas, não basta apenas alegar e não provar. O ministro Herman Benjamim, relator do processo no TSE deu prazo para Alexandrino Alencar provar o que contou no tribunal para não ficar sob suspeita de ser mentira.

Os nomes dos dois políticos goianos já apareciam em registros do smartphone do dirigente máximo da construtora logo após ele ser preso em 2015. Após seus nomes surgia referências em números sobre a relação do empresário com esses operadores dos partidos políticos.

Tokarski é negociador frequente do PC do B em nível nacional. Foi vereador em Goiânia e deputado estadual em Goiás e integra a direção nacional do partido. Eurípedes Júnior foi vereador em Planaltina de Goiás e é o fundador do Pros em nível nacional. Fez todo o processo de estruturação do partido com financiamento do empresário Júnior Friboi.


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