Cinema e café

A produção cultural de Goiás se mostra crescente todos os anos e ganhando destaque ao modo goiano, bruto, rústico e na labuta. Dá pra observar que a poesia, prosa, música e produção audiovisual de Goiânia e entorno não param. O nosso Estado caminha no sentido de ser parte importante do roteiro brasileiro de cinema, mesmo com menos recursos e visibilidade.

Em Goiânia, a Universidade Estadual de Goiás oferece o curso de Cinema e Audiovisual e passando por cima de todos os problemas que os institutos de educação pública em relação a recursos apresenta, pra compensar tem trabalho e talento. Cinema feito ao estilo guerrilha, ou seja com poucos recursos, estão construindo produtos audiovisuais de qualidade.

Das novidades dos voos alçados pelo cinema goiano temos o curta-metragem universitário goiano Dejejum como finalista em um concurso da SKY. O filme do diretor Samuel Peregrino e o curso de Cinema e Audiovisual da UEG concorrem a bolsas de estudos na USC School of Cinematic Arts de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Nas seleções estudantes de cinema e audiovisual de todo o país puderam se inscrever na promoção “SKY apresenta DIRECTV Cinema+”, promovido no Brasil pela SKY em parceria com a DIRECTV Latin America, o Sundance Channel, USC School of Cinematic Arts e a Creative Artists Agency (CAA).

O filme “Dejejum” representa o Estado e a Universidade Estadual de Goiás e podem ganhar duas bolsas de estudos pagos em certificados de barra de ouro no valor equivalente a R$ 16.250,00. O curta-metragem “Dejejum” foi uma produção de 2014 dos alunos, até então do primeiro ano do curso de Cinema da UEG, Samuel Peregrino, Gustavo Furtado, Lucas da Silva Santos, Adan Souza, Alexandre Ferraz, Érico José, Ivamara Barros, Jônatas Borges e Pedro Gomes e conta a história de J, um jovem que tem sua rotina diária transformada logo no café da manhã que gosta tanto.

Em estilo road movie, com certo humor negro tarantinesco, o curta de 8 minutos discute a banalização da violência. Segundo Samuel Peregrino, que assina a direção e o roteiro da obra, a ideia foi discutir o que leva à violência: “Quisemos mostrar que o estopim para violência pode ser qualquer coisa, simples ou complexa. Pode ser sexo, dinheiro, poder ou a privação do café da manhã, por exemplo. Penso que a violência é uma questão de oportunidade ou não”.

Produzido em quatro dias, entre o fim de agosto e início de setembro de 2014, “Dejejum” é resultado de um trabalho para a disciplina Produção I, e contou com a orientação do professor Marcelo Costa, produzido dentro das possibilidades financeiras e técnicas dos estudantes.

“Precisávamos de um roteiro que atendesse a esses pontos. No processo de criação, o enredo de “Dejejum” foi o que mais se encaixou em nossas prerrogativas”, observa Samuel. O filme já rendeu prêmios e seleções: Melhor filme na 13ª Mostra de Audiovisual Universitário da América Latina no Mato Grosso; Melhor filme pelo Júri ABD na VI Mostra Audiovisual UEG; Melhor filme pelo Júri popular e menção honrosa na Mostra Competitiva Favera 2015; Melhor curta nacional no Festival Universitário “Set Curtas” da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo; Seleção internacional no Roffeke Rock International Film Festival no Quênia; Seleção na15ª Goiânia Mostra Curtas Seleção na Mostra Audiovisual da 9ª Bienal da Une no Rio de Janeiro Seleção no 5º Sercine–Festival Sergipe de Audiovisual.

Sobre o diretor Samuel Peregrino

Graduando em Cinema e Audiovisual na Universidade Estadual de Goiás (4º ano) Roteirista e produtor do Coletivo Cabeça de Câmera (2016). Escreveu e dirigiu os curtas-metragens: “A última aposta”, “Dejejum” (2014), este último, premiado como melhor filme na 13ª Mostra de Audiovisual Universitário–América Latina no Mato Grosso e melhor filme júri ABD na Mostra UEG 2014; Dirigiu o curta “Ensaio sobre um fim de mundo” (2016), em parceria com Jônatas Borges, com roteiro de Getúlio Ribeiro.

O filme foi selecionado pelo júri oficial da mostra competitiva do FICA 2016–Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, 15ª Mostra de Audiovisual Universitário–América Latina – UFMT e recebeu prêmio de melhor filme na 8ª Mostra Audiovisual da UEG; Em julho de 2016 foi selecionado no projeto Curtas Universitários do Canal Futura entre as 20 propostas de estudantes de todo o país com o projeto de reportagem documental: O Matuto Imbilino Nas Aventuras Cinematográficas De Hugo Caiapônia, O “Mazzaropi Do Cerrado”. Este projeto virou o documentário “Imbilino vai ao cinerma” que é sobre a vida e obra do cineasta Hugo Caiapônia. O filme foi finalizado em janeiro de 2017 e foi selecionado no Festival Universitário Baiano de Arte e Cultura (FUBA) e na 10ª Bienal da UNE em Fortaleza.

Sobre o concurso

O concurso, que já está em sua 4.ª edição na América Latina e chegou ao Brasil pela primeira vez este ano, tem como objetivo promover o cinema independente na região pela concessão de bolsas de estudos, fomentando a cultura e a educação nos países particpante. Desde a primeira edição, em 2013, 12 mil estudantes participaram do DIRECTV Cinema+. A apuração nacional avaliou a qualidade da direção, produção e conteúdo de 170 filmes de até 10 minutos de duração e escolheram cinco finalistas que foram divulgados dia 02 de fevereiro de 2017 e agora vão à júri popular numa votação online.

O vencedor nacional receberá uma bolsa de estudos e melhorias para a sua instituição de ensino, e se classificará para disputar a etapa regional, com representantes dos outros países participantes: Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Porto Rico, Equador, Uruguai e Venezuela. Eles serão julgados nesta fase pelos membros da Creative Artists Agency (CAA). O vencedor regional do DIRECTV Cinema+ ganhará um curso de verão na USC School of Cinematic Arts de Los Angeles, nos Estados Unidos. A votação será online e aberta ao público até dia 20 de fevereiro, e no dia 22 de março de 2017 será apresentado o vencedor do concurso. Para votar online, basta um clique no site directvcinemaplus.com.