Noite para Beethoven
Júlio Nasser
Publicado em 10 de abril de 2017 às 22:06 | Atualizado há 8 anos
Figura mais que emblemática, não apenas à música de concerto, como à música mundial, Ludwin van Beethoven vai ganhar hoje um concerto inteiramente voltado às suas grandes composições. A partir das 20h, a Orquestra Sinfônica de Goiânia apresenta no Teatro Sesi a segunda temporada do Festival Beethoven, que terá a regência do maestro Roberto Tibiriçá.
O regente paulista tem grande renome dentro da música de concerto nacional. Além de colecionar passagens por grandes orquestras brasileiras – como as sinfônica Brasileira (OSB), do Estado de São Paulo, de Minas Gerais e da Petrobrás.
Tibiriçá faz um trabalho importante em favor da divulgação da música brasileira.. Gravou, por exemplo, em 2003 um CD com duas das obras mais cobiçadas e esquecidas em gravações: O Concerto para piano em Formas Brasileiras, de Hekel Tavares com o pianista Arnaldo Coehn e Choros No.6. de Villa-Lobos. Tal álbum foi considerado pela crítica como um dos melhores CDs do ano. E, desde 2003 que Tibiriça ocupa a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Música.
As peças
Da obra do compositor, que surgiu no fim do período clássico e foi decisivo para a entrada da música na era romântica, estão três peças no programa. A apresentação abre com As Criaturas de Prometeu: abertura, Op.43. Esta composição Beethoven fez inspirado em Prometeu, figura da mitologia grega, que simbolicamente tira o homem da condição de ignorância, trazendo a iluminação, o ‘fogo do Olimpo’. Esta alegoria fascinava o compositor, que era um entusiasta dos ideais da recente Revolução Francesa (1789).
Concerto Para Violino e Orquestra em Ré Maior, Op. 61, que foi composto em 1806 e dedicado ao vienense Franz Clemen, também integra a apresentação de hoje. Este, que é o único concerto para violino de Beethoven, é considerado uma obra prima por combinar lirismo e virtuosismo. No entanto, esta peça não foi um sucesso imediawto. E Beethovem só o executou duas vezes na vida. A redescoberta desta obra aconteceu graças ao compositor da Mendelssohn, que em 1844 dirigiu uma interpretação sendo o solista o famoso violinista Joseph Joachim.
Por fim, a Sinfonia No.5, op. 67, que o artista criou entre os anos de 1804 e 1808 fechará o concerto de logo mais. Nela, o compositor constrói uma obra de grande peso dramático partindo do famoso motivo de quatro notas que abre a peça, até a celebração do triunfante grand finale. Em 1810, o crítico E. T. A. Hoffman exaltou tal obra por despertar “aquela infindável ânsia que é a essência do romantismo. Evocando o drama e uma beleza não convencional”.
PROGRAMA – BEETHOVEN, Ludwig van (1770-1827)
As Criaturas de Prometeu: abertura, Op.43
Concerto para violino e orquestra em Ré Maior, Op. 61
I. Allegro ma non troppo
II. Larghetto
III. Rondo
Solista: Marcos Bastos
– INTERVALO –
Sinfonia No. 5 em Dó menor, Op. 67
I. Allegro con brio
II. Andante con moto – Più mosso – Tempo I
III. Scherzo Allegro – Trio – Scherzo
IV. Allegro – Presto
CONCERTO: ORQUESTRA SINFÔNICA DE GOIÂNIA
Quando: Hoje, às 20h
Onde: Teatro Sesi (Av. João Leite, n° 1.013, Setor Santa Genoveva)
Informações:
(62) 3269-0800
Ingressos: Doação de2kg de alimentos ou um livro literário