Será que temos, mesmo, liberdade na vida? (Final)
Redação DM
Publicado em 9 de abril de 2017 às 22:21 | Atualizado há 8 anos
Qual a diferença entre liberdade e livre-arbítrio?
O livre-arbítrio tem sua expressão em nosso mundo interno, ou seja, dentro de nós mesmos; enquanto a liberdade tem sua expressão no externo.
Vamos dar um exemplo que deixa isso bem claro:
Galileu disse que a Terra se movia em torno do Sol, e não o contrário. A igreja lhe tirou a liberdade, condenando-o a uma prisão-domiciliar que durou até sua morte. Entretanto, a igreja não pôde tirar o seu livre-arbítrio; e Galileu continuou pensando que a Terra se move em torno do Sol, como hoje todos nós sabemos ser a verdade criada por Deus.
Miguel de Cervantes, no século dezessete, escreveu na prisão o Dom Quixote de La Mancha, considerado um dos dez maiores livros já produzidos no mundo. Ele estava sem a liberdade externa, mas desfrutava do livre-arbítrio, a liberdade interna com a qual pôde escrever sua obra-prima.
O livre-arbítrio é, portanto, a nossa liberdade interior.
Mas aqui surgem duas novas perguntas:
Primeira: Essa liberdade interna que as pessoas têm é grande ou é pequena?
Segunda pergunta: Na verdade, as pessoas fazem tudo o que querem ou somente aquilo que podem, havendo muitas coisas que elas não conseguem fazer, por falta de liberdade interna?
Um dos grandes objetivos da Logosofia – ciência criada pelo educador González Pecotche – é nos ensinar a conhecer o mundo mental que nos rodeia, que nos permeia e que influi poderosamente em nossas vidas.
Vejamos um exemplo bem prático e acessível de mundo mental.
Este artigo que o leitor lê está impresso com letras pretas. Se eu pedisse para o leitor imaginar esse texto com letras amarelas e em seguida pedisse para compará-los, quais dos dois acharia mais legível? Comparem mentalmente e respondam para si mesmos.
Pois bem. As letras pretas deste texto existem, é lógico. Eu posso vê-las, posso sentir seu cheiro e até o seu gosto, se eu lhes der uma lambida.
E o texto escrito com letras amarelas, existe ou não existe? Também existe, pois vocês compararam os dois! Se alguém me disser: “Ah, ele existe só na mente!”, eu então lhe direi que existir só na mente é também existir. É o mundo mental.
Louis Pasteur – de onde vem a palavra pasteurização – é considerado um dos fundadores da microbiologia, juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch. Antes deles, as pessoas achavam que as doenças eram obra dos espíritos maus; e foi daí que surgiu o hábito de benzer para curar. Esses cientistas descobriram, no século dezenove, a existência dos micróbios fisiológicos. E no século vinte a Logosofia deu a conhecer a existência de outro tipo de microrganismos: os pensamentos. Eles são os micróbios psicológicos.
Os micróbios são seres vivos, autônomos. Eles nos ajudam ou nos prejudicam, tanto no nosso organismo fisiológico quanto no nosso organismo psicológico.
Os micróbios psicológicos nos enfrentam, lutam conosco e muitas vezes nos vencem, exatamente como acontece com os micróbios fisiológicos. Quando os pensamentos nos vencem e se enraízam em nosso ser interno, surgem as doenças da alma, as deficiências psicológicas, que a ciência logosófica ensina a conhecer, a tratar e a curar.
Pensamento é diferente de pensar. Pensar é um movimento da mente, um processo que se desenvolve para produzir um resultado; enquanto que pensamento é coisa pronta, produzida. Pensamento já é o resultado.
Mas, afinal, nós podemos superar a força dos pensamentos, desses micróbios psicológicos? Podemos ampliar e bem exercer nosso livre arbítrio?
Sim. Mas pelo único caminho possível: o conhecimento.