Mercado da carne pode se restabelecer
Diário da Manhã
Publicado em 30 de março de 2017 às 03:17 | Atualizado há 8 anos
Enquanto os preços dos grãos sofrem queda de 7%, levando preocupação aos agricultores, há sinais positivos para os pecuaristas como a reabertura dos mercados importadores de carne. A reativação da China e, sobretudo, Hong Kong, provoca certo alívio junto aos produtores. José Magno Pato, presidente do Sindicarne, está convencido que com a rapidez do governo Michel Temer reagiu à Operação Carne Fraca, nos próximos 30 dias o mercado importador estará totalmente restabelecido.
Junto com China, que retirou a suspensão imposta às carnes brasileiras no sábado, Hong Kong representou no ano passado 33,57% do faturamento com exportações e 35,43% do volume embarcado, conforme dados compilados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Hong Kong é um dos maiores entrepostos da Ásia, por isso certo alívio do segmento na área de carnes bovina, suína e de aves. O JBS, por exemplo, já opera para atender ao seu mercado.
José Magno Pato demonstra otimismo com as negociações, sobretudo com a decisão dos Estados Unidos de reconhecerem a qualidade da carne brasileira. “Os americanos sabem que os brasileiros mantém total controle sanitário de seu rebanho”, destaca Pato, um zootecnista que vem lutando pela abertura das exportações há anos. Nas reuniões da Organização Internacional de Epizootias, com sede em Paris, e nos States, foi um dos pioneiros em mostrar que os pecuaristas patrícios praticavam há anos a vacinação do rebanho, buscando a imunização contra a febre aftosa e outras zoonoses.
Em sua opinião, a Unidade Européia deverá enviar emissários da área de saúde animal ao Brasil e vão comprovar que “não existe nada de anormal quanto ao controle sanitário”. Em sua opinião, apenas a Irlanda faz retaliação porque é o maior produtor de carne bovina na Europa e quer o rico mercado. “Apenas isto”, diz, para apontar a Austrália e Canadá como concorrentes, mas com preços superiores aos dos brasileiros.
Retomada gradual
Para a Scot Consultoria, mesmo com a retomada gradual da exportação, o quadro comum é de ter compradores de boiadas aguardando, analisando como os concorrentes se posicionarão quando voltarem às compras para então negociarem. “E isso abre espaço para toda sorte de oferta de compra”, aponta o informativo pecuário da entidade.
A Scot ressalta que nas praças pecuárias onde as ofertas lançadas no mercado estão exageradamente baixas, e negócios não foram efetivados de maneira expressiva, os preços foram mantidos, até que o fluxo de mercadorias se estabeleça de verdade. Informa que há frigoríficos que abriram o dia ofertando até R$4,00 pela arroba abaixo das ofertas do dia anterior.
Em Goiás, os pecuaristas estão optando pelos preços à vista pela arroba do boi gordo, que oscila conforme a região, mas que dá uma média de R$125,00. Com prazo de 30 dias, R$131,00. A vaca gorda à vista está cotada a R$111,64 e a R$115,00 com 30 dias de prazo. O suíno está cotado a R$4,20 o quilo o peso vivo no Estado enquanto o frango se limita a R$2,70 em Goiânia.