Política

Daniel e Caiado dão largada na corrida ao governo goiano

Redação DM

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 00:42 | Atualizado há 5 meses

O PMDB e o DEM, dois importantes partidos oposicionistas em Goiás, dão o pontapé na largada pela corrida ao governo de Goiás às eleições de 2018. Os presidentes – deputado federal Daniel Vilela, de um lado, e o senador Ronaldo Caiado, de outro – anunciaram que os seus partidos terão candidatos próprios à sucessão estadual e seus nomes estão à disposição das respectivas legendas.

Os dirigentes e pré-candidatos do PMDB e DEM tomam cuidado para entrar em “rota de colisão”, aprofundando ainda mais uma divisão no espectro oposicionista. Por enquanto, Vilela e Caiado iniciam uma “guerra fria”, onde o território cobiçado é a capilaridade do PMDB de Goiás.

Daniel Vilela comandou, na última segunda-feira, reunião da Executiva Estadual do PMDB, ocasião em que se confirmou a posição do partido de ter candidato próprio ao Palácio das Esmeraldas, pela décima vez, desde 1982, quando os peemedebistas conquistaram o poder.

O recado foi dado a Ronaldo Caiado: se quiser ter apoio dos peemedebistas, o senador terá que trocar o DEM pelo PMDB e quem sabe, disputar a convenção partidária. Caiado já disse que não tem a intenção de deixar o Partido Democratas.

A expectativa, nos quadros oposicionistas, é a de que a “quebra de braço” entre Daniel Vilela e Ronaldo Caiado vai se estender até julho do ano que vem, quando os partidos realizam convenções para definir os candidatos a governador, vice, dois senadores, deputados federais e estaduais e estabelecer alianças e coligações.

“Será a eleição da mudança”, destacou Daniel Vilela, na conversa com os integrantes da direção do PMDB goiano. “Estou mais disposto do que nunca a disputar o governo de Goiás”, afirma o deputado Daniel Vilela. “O PMDB aposta na renovação, por isso me sinto incentivado a ser candidato.”

Além de Daniel Vilela, o PMDB avalia os nomes do ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e também do ex-governador e atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende. “A dois anos das eleições, o PMDB não pode descartar ninguém”, diz um experiente peemedebista à reportagem do Diário da Manhã. “Mais do que renovação de idade, o PMDB precisa de renovação de ideias”, enfatiza outro membro do partido.

Peemedebistas consultados pela reportagem do Diário da Manhã ressaltam que, mais uma vez, as pesquisas – internas juntos aos filiados, militantes e convencionais e também com os eleitores – vão ser determinantes na escolha do candidato do PMDB ao governo de Goiás em 2018.

Os integrantes da executiva estadual do PMDB acertaram a realização de uma nova série de encontros regionais, a partir de fevereiro, para debater com os correligionários a estratégia de alianças com outras legendas e o fortalecimento das chapas de candidatos a deputado estadual e federal.

O calendário de visitas aos municípios será divulgado nos próximos dias. Também é objetivo do partido colher subsídios para a elaboração de um pré-plano de governo moderno e factível. “O cronograma de ações será intenso. Sempre contando com a participação da militância, o nosso maior diferencial”, enfatizou o deputado estadual Paulo Cezar Martins, secretário-geral do partido.

Opinião unânime entre os membros da Executiva diz respeito à necessidade de ampliar as alianças com outros partidos. “O PMDB nunca foi tão procurado por lideranças da base governista, influenciadas pela perspectiva de poder”, observou o deputado estadual José Nelto, vice-presidente do diretório.

Ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela será convidado a integrar a caravana peemedebista nos encontros regionais. Participaram da reunião da Executiva, além de Daniel, Nelto e PC Martins, os deputados estaduais Bruno Peixoto, Wagner Siqueira e Clécio Alves; os suplentes Lívio Luciano, José Essado e Nélio Fortunato; e o ex-prefeito de Guapó Luiz Juvêncio.

Posição do DEM

O senador Ronaldo Caiado aproveitou uma reunião no diretório do DEM, em Goiânia, na última segunda-feira, para descartar candidatura ao Palácio do Planalto e reafirmar a sua posição em favor de nova postulação ao governo de Goiás. “Essa especulação de que eu concorreria à presidência da República não procede. Todo mundo sabe que meu sonho é o de governar Goiás”.

Caiado adiantou que, a partir de 13 de fevereiro, começa a liderar reuniões regionais e que trabalha para reproduzir a aliança que o levou para o Senado. Assim, Caiado deixa claro que pretende ter o apoio do PMDB em seu projeto.

Em nota, o democrata afirmou que não está em seus planos concorrer à Presidência da República em 2018, conforme especulado — a não ser em caso de uma eleição extemporânea. No comunicado, o parlamentar faz questão de frisar qual é, hoje, sua principal pretensão política: concorrer ao cargo de governador.

Ainda assim, no comunicado, o senador cita a aliança com o PMDB como “prioridade” e diz que fará de tudo para mantê-la. “Vou trabalhar até o último minuto para estar com o PMDB em 2018. Acredito que o nome de consenso será aquele que atender o anseio da população. Estaremos juntos”, afirmou.

Vale lembrar que Caiado apoiou o PMDB em 2014, quando Iris perdeu pela terceira vez o governo de Goiás para Marconi Perillo (PSDB), e também nas últimas eleições municipais, quando o decano saiu vitorioso. O apoio, no entanto, tende a não ser retribuído pela legenda, que coleciona nomes consistentes para o pleito futuro, dentre eles, inclusive, o do atual prefeito de Goiânia.

Apesar da simpatia do prefeito Iris Rezende e dos prefeitos Adib Elias (Catalão) e Ernesto Roller (Formosa), Caiado sabe que sofre restrições de expressiva parcela do PMDB, como Maguito Vilela, Daniel Vilela, José Nelto, Bruno Peixoto, Paulo Cezar Martins, Agenor Mariano, entre outros.

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