Quem é Carlos Limongi Sterse
Redação DM
Publicado em 29 de janeiro de 2017 às 00:44 | Atualizado há 8 anos
O doutor Carlos Limongi foi convidado ao palco para falar sobre sua obra e sua vida. Foi uma fala linda porque simples, discorrida descontraída e calmamente. Falou de modo natural e serenamente. Nem parecia preocupado com alguma coisa. Faz parte da natureza dele. Palestrava tão informalmente que parecia, mais, estar entre família, do que diante daquele enorme público que lotava o auditório do Palácio da Justiça. Intermediava sua palestra com vídeos musicais, serenos, calmos, tranquilos, tal como pronunciava sua elocução.
… Corajoso! Era uma das canções, seguidas por mais três, bem selecionadas pela Elmira, sua secretária, pessoa linda de terna meiguice…
Quando o juiz Dr. Carlos Limongi se dispunha a sair do palco para dar curso ao programa da noite, Elmira, linda e alva como a flor do lírio, o impedia…
— Dr. Carlos, favor não sair do palco agora…
Ele sentava-se educado e pensativo, guardando um silêncio natural ficando à disposição da secretária. Ela chamou o Dr. João, grande amigo do autor que iria autografar seu livro àquela noite. Este subiu ao palco e falou também num clima de muita calma e serenidade. Discorreu sobre as qualidades do escritor que é juiz da Infância e Juventude, fundador da Associação Cruzada Pela Dignidade, além do personagem central da noite. No discurso tranquilo de seu amigo o público ficou sabendo, sobretudo, de qualidades outras e de seus múltiplos talentos, guardados, até então, na pessoa humilde do Dr. Carlos Limongi Sterse, que bem podia impor mais sua presença, no seu modo de falar, no entanto, não estava ali para ele mesmo, mas por uma missão além de sua pessoa, quem sabe passar, para todos, preceitos de vida que ele considera importantes na vida de todos, ouvintes ou não, presentes ou ausentes, uma vez que seu livro ali estava publicado, pronto a ser entregue a um público que, depois de ler sua obra, certamente conheceria o teor rico e abrangente em favor de todos os que leriam sua produção em obra literária, posta em lançamento.
Terminada sua preleção, Doutor João agradeceu a plateia e doutor Carlos Sterse se dispunha a levantar-se quando a secretária Elmira o interrompera:
— Desculpe doutor Carlos, mas aguarde só mais um pouquinho, que temos bela surpresa.
— Ele, tranquilo como personagem de algum livro, sentou-se de novo e esperou.
Nisto foi anunciada a presença de Dona Célia Limongi, progenitora do ilustre magistrado que estava sendo alvo de tão importante homenagem. Nesse momento, o Juiz se levanta põe-se de pé próximo à mãe e fica com a cabeça um pouco reclinada, a ouvi-la atenta e humildemente, como a escutar os velhos recados e conselhos dela; ficou em silêncio e calado permaneceu, tocado pelos sentimentos que lhe brotavam no peito, emocionado e feliz. A plateia em absoluto silêncio. Dona Célia tinha perdido o esposo José Roberto Sterse há pouco tempo. O salão comprimido de pessoas que foram chegando, deu chance para que todos ouvissem as palavras maternas. Disse calma e serenamente Dona Célia Limongi, ao lado da nora Mayra e seus netos Pedro Vítor e Giulia Gabriella.
— “… De maneira que, quando ele se formou como o pai, Juiz, em Mogi das Cruzes, eu lhe disse — prosseguiu dona Célia Maria Limongi Sterse — ambos, de pé — meu filho, agora também formado em magistrado, eu lhe peço. Pronto para a grande luta, siga em frente. Vá ser juiz numa cidade pequena, mas longe de seu torrão natal; lá você será conhecido e estimado por seus próprios méritos, não fique em Mogi das Cruzes, aqui você não será outra pessoa que não o filho do Dr. José Sterse, Juiz da localidade. Por lá você será você com todas essas qualidades e talentos de que é detentor; e você é repleto delas, filho, porque nós conhecemos sua riqueza interior, com as quais realizará seus sonhos e ideais que são grandes, maravilhosos e humanos. Perderemos somente sua presença física, assim mesmo, em tempos certos, pois continuará seu trabalho e suas missões por onde for, mas sempre retornará aos braços de seus pais que o amam e sabem que seu filho foi e é, sempre, uma grande esperança para tantos; que levará a essência de sua cristandade por onde for, e que jamais entristecerá seus pais que guardam, em sua pessoa, a realização dos sonhos de toda a nossa família…”
Depois de dizer algo de vital importância, dona Célia, que falava para a plateia daquela forma que toda mãe fala aos filhos, simpática e humildemente agradeceu aos presentes, lançou com o gesto da mão uma bênção para todos e se retirou. O filho permaneceu de pé em silêncio, até que se dispôs:
— Bom… Ela falou… Disse o que quis que… E eu nada tenho a dizer… Afinal, mãe é mãe…
— Vou providenciar os livros… — disse Sterse, o escritor da noite.
Nisto, Elmira lhe interrompeu:
— Não, doutor Carlos, espere um minuto… Sente-se aqui, por favor.
O doutor, sempre humilde, obedeceu com aquela educação esmerada de quem aprendeu a lição de forma integral e disciplinada.
Enquanto isto, Elvira explicou ao público de como seguiriam os acontecimentos da noite, pondo uns vídeos lindos, tocantes, com os quais apeteceu o espírito do auditório. Ao final das exibições, doutor Carlos levantou-se:
— Agora, posso providenciar a parte que me toca fazer Elmira?
— Pode doutor, pode ir para a outra sala, onde fica sua mesa de autógrafo…
Ah! Ele, finalmente, foi sobrescritar seu livro “Por Que Estamos Aqui?”… (uma viagem em busca da felicidade e do sentido da vida). Poxa! Controlar uma secretária eficaz é mil vezes mais difícil do que lançar dez livros, diferentes. Queixa minha, injusta.
Quando o homem faz da sua vida o alvo de suas mais nobres aspirações, e valoriza suas lutas e realizações, nada desnorteia o roteiro de sua felicidade. Foi o que pude aprender, vendo aquela família de pessoas nobres e dignas sendo abraçadas por amigos e pessoas gentis, sinceros admiradores do magistrado que, em meio a tanta afabilidade do público, recolhia os frutos de quem soube semear somente o bem e o correto na sua seara como cidadão, como Juiz, como esposo, pai, e pessoa pública. O Dr. Limongi estava feliz, pois dono de uma personalidade única, sincera, de quem ele é realmente. Simples e bom. Espontâneo e educado, gentil para com todos, do mais graduado ao mais simples servidor. Ali não era o magistrado no meio do povo era o povo junto de seu colega, honrado por tão importante figura descer ao clima dos irmãos e demonstrar que, sendo filho do mesmo Pai, não podia, nunca, ser diferente de seus irmãos comuns, só pelo fato de ser, no mundo, uma autoridade que, ao invés de se envaidecer, por isso, reveste-se de maior responsabilidade, pois a ele compete, no mínimo, se fazer igual a todos, para não parecer o melhor.
Por hoje registrei apenas a solenidade do lançamento do livro “Por que estamos aqui? — Uma viagem em busca da felicidade e do sentido da vida”.
Em edição futura quero discorrer um pouco sobre essa importante obra literária de autoria do meu amigo Dr. Carlos José Limongi Sterse. Por ora vou conter-me em devorar este livro, já que sou faminto por saber o que não sei, e aprender com quem pode ensinar, pois o único tópico que sei “é que nada sei” e que, lutando na hora bendita, um dia quero ser o que nunca fui: um pouco igual aos que sabem ser bons. É isto.
(Iron Junqueira é escritor)