Cultura

Humor matuto conquista o público

Redação DM

Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 00:50 | Atualizado há 5 meses

No ano de 2013, o diretor Samuel Peregrino se interessou pelos filmes e o modo de produção de Hugo Caiapônia, ator, produtor, humorista e fundador da Gigante Filmes, aclamado em 2011 no Festival de Humor de Fortaleza como “o Mazzaropi de Goiás” no Teatro Chico Anysio. Posteriormente, Samuel o conheceu pessoalmente e conversaram sobre a possibilidade de um documentário sobre seu método de produção.

O humor interiorano do descendente italiano criado no interior de São Paulo, Amácio Mazzaropi, é histórico no cinema nacional de comédia, a inspiração de Hugo Caiapônia. A fórmula que veio livremente inspirada no personagem Jeca Tatu no qual Monteiro Lobato simbolizou o sertanejo como um preguiçoso responsável pela sua própria miséria e ignorância, deu bastante certo nos filmes de Mazzaroppi entre os anos 50 até os 80.

Hugo e Samuel nutrem expectativas bem positivas e projetam o futuro do documentário e uma maior visibilidade do trabalho do comediante: “Estou combinando com o Hugo Caiapônia de fazer uma lançamento do documentário lá na cidade dele e outro aqui, após a exibição no Canal Futura. Estamos ansiosos e felizes por podermos mostrar para o Brasil um pouco do cinema feito pelo Hugo. Ele é um cara talentoso que sempre acreditou em seus filmes.”

O projeto Imbilino

O caipira Imbilino é um fenômeno popular do atual cinema goiano, lotando salas de exibições no interior, mas pouco reconhecido na capital pelos críticos e o público de festivais.

Somente em 2016, Samuel Peregrino conseguiu recursos no valor de 6 mil reais para a realização do documentário, através do projeto “Curtas Universitários” desenvolvido pelo Canal Futura em parceria com a ABTU e a TV Globo.

O projeto “O Matuto Imbilino Nas Aventuras Cinematográficas De Hugo Caiapônia: o “Mazzaropi Do Cerrado”, orientado pelo professor Marcelo Costa da UEG foi selecionado entre os 20 projetos audiovisuais de todo o país para serem exibidos em 2017 pelo Canal Futura e pelas TVs parceiras da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU). Os trabalhos também estarão disponíveis no site Globo Universidade.

Hugo relata sobre as dificuldades de enquadrar projetos em editais públicos: “Sempre quis buscar alternativas para a produção de meus filmes fora de editais do governo. Acho que depender apenas desses mecanismos de incentivos, pode ser nocivo com o tempo, porque o cineasta acaba se distanciando do grande público por não ter compromisso financeiro com a distribuição e exibição de sua obra. Além de ter que submeter seu projeto a um crivo muitas vezes questionável”.

A forma de produção de Hugo Caiapônia despertou interesse no estudante de audiovisual como ele conta, quebrando a lógica dos editais. “Quando descobri que um cara no interior de Goiás, produz, exibe, vende e se sustenta com seus longas-metragens independentes de grana pública, fiquei super empolgado e fui lá em Caiapônia conhecer o Hugo. Vi exibições com sessões lotadas, gente comprando seus DVD´S, seus bonecos do Imbilino, público de todas as idades. Realmente, o cara é um fenômeno. Quando perguntei pra ele, porque não manda seus filmes para os grandes festivais de cinema no país, ele respondeu humildemente, que não isso não dava dinheiro, nem público. Falar o quê depois dessa?! Fiz alguns curtinhas só com grana própria ou de amigos empresários, mas ainda sonho em ter a coragem e o empreendedorismo de Hugo Caiapônia, o cara que acreditou em seu trabalho, botou seus filmes debaixo do braço e foi-se atrás de seu público.”

Seleção em festivais

“Imbilino vai ao cinema” foi selecionado no Festival Universitário Baiano de Arte e Cultura (FUBA) e será exibido em Salvador no Museu de Arte Moderna (MAM) em janeiro. Ainda este mês, dentro da programação da 10ª Bienal da UNE, o filme sobre o criador de Imbilino será exibido no Centro Dragão do Mar em Fortaleza.

O documentário foi um dos selecionados de 1.140 trabalhos cadastrados nas sete áreas que compõem a Bienal: literatura, audiovisual, artes cênicas, música, artes visuais, projetos de extensão, ciência e tecnologia. O maior festival estudantil da América Latina; décima edição traz o tema “Feira da Reinvenção” e vai ocupar a capital do Ceará de 29 de janeiro a 01 de fevereiro.

Sobre o diretor

Samuel é estudante de Cinema e Audiovisual na Universidade Estadual de Goiás. Ele é diretor, roteirista e produtor do Coletivo Cabeça de Câmera. Escreveu e dirigiu os curtas-metragens: “A última aposta” (2014); “Dejejum” (2014), premiado como melhor filme na 13ª Mostra de Audiovisual Universitário; “Ensaio sobre um fim de mundo” (2016); “Balada para Raposo Tenório” e “Mas quem resistir até ao fim será salvo”, este último selecionado como melhor roteiro de ficção Centro-Oeste para o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação–INTERCOM -SP (2016).

Atualmente está finalizando o curta-metragem “Perambulação” que assina a direção e roteiro. “Estamos finalizando o curta-metragem de ficção Perambulação com o atores Tiago Rener, Kelen Caroline a o Carlos Brandão.” conta o cineasta.

Documentário sobre a vida de Hugo Caiapônia, o criador de Imbilino é selecionado em festivais:

 

Exibição em Salvador-BA

Mostra Audiovisual do Festival Universitário Baiano de Arte e

Cultura (FUBA)

Local: Museu de Arte
Moderna (MAM)

Data: 20 de janeiro, 10h às 22h.

 

Exibição em Fortaleza-CE

10ª Bienal da UNE

Local: Centro Dragão do Mar

Data: 29 de janeiro a 01 de fevereiro

 

 

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias