Política

Kajuru quer anular eleição da Câmara

Diário da Manhã

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 01:46 | Atualizado há 4 meses

O vereador Jorge Kajuru (PRP) protocolou ontem no Ministério Público uma representação pedindo a anulação da eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Goiânia. Ele colocou a escolha do presidente da Casa, Andrey Azeredo (PMDB) e de sua diretoria sob suspeição, além da eleição da presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vereadora Sabrina Garcêz (PMB).

A representação foi encaminhada à promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira, da promotoria de Defesa do Patrimônio Público, com os nomes de todos os supostos acusados de terem atuado de forma decisiva para a eleição de Andrey e Sabrina. “A escolha da direção da Câmara e das principais comissões foi viciada e maculada por interferência de forças externas que nada poderiam atuar em um assunto interno e da mais alta relevância”, comentou Kajuru.

Segundo ele a unção de Andrey para presidente foi precedida de forte articulação nos dias que antecederam a posse e eleição da mesa diretora ocorrida no dia 1º de janeiro e os lances decisivos teriam sido comandados pelo marketeiro e consultor estratégico Leopoldo Veiga Jardim. Kajuru postou um vídeo nas redes sociais narrando todo o processo que, segundo ele, culminou com a eleição da direção do Legislativo e que a composição foi orquestrada para atender interesses externos “espúrios” e que viciaram o que deveria ser “simplesmente democrático”.

Leopoldo Veiga Jardim é presidente da Acieg Jovem, um braço da Associação Comercial e Industrial de Goiás voltado para o segmento de jovens empresários, e teve participação ativa nos dias que antecederam a escolha da mesa diretora. “Realmente eu fiz um trabalho de aproximação de grupos e articulei para aproximar esses grupos que disputavam o espaço político na composição da mesa diretora da Câmara”, confirmou Leopoldo. Entretanto, ressaltou isso se deu de forma “transparente e correta”, não envolvendo nenhum segmento empresarial ou que tivesse interesse direto na formação da mesa diretora. “Não houve qualquer menção a pagamento para que vereadores votassem na chapa vencedora. Isso nós não aceitamos”, frisou.

No vídeo Kajuru faz alusão a uma conversa telefônica havida entre Leopoldo Veiga Jardim e o vereador Eduardo do Prado (PV), em que o vereador teria advertido sobre a atuação do marketeiro na eleição da mesa. Outros vereadores também confirmaram a ingerência dele na articulação pela presidência da Câmara. Sargento Novandir, Romário Policarpo, Cabo Senna e Wellington Peixoto também confirmaram que Leopoldo atuou fortemente em defesa da chapa liderada por Andrey Azeredo.

Articulação

Além da atuação de Leopoldo Veiga o vereador Kajuru acusou o ex-vereador Wladmir Garcêz, tio de Sabrina, na formação da chapa vencedora e das articulações para a presidência e para a escolha de Sabrina para presidir a poderosa CCJ. “O Regimento Interno da Câmara é incisivo quanto à ação de agentes externos na eleição da mesa diretiva e isso não podemos aceitar. Houve uma ação coordenada de fora para garantir os votos para Andrey e isso se traduziu em ilegalidade que precisamos sanar, ainda que tenhamos que ir para a Justiça”, garantiu. Kajuru disse que vai protocolar ação na Vara de Fazenda Pública Municipal hoje pedindo a anulação da eleição.

A reportagem tentou ouvir o presidente Andrey Azeredo. Seu telefone está desligado e outros vereadores informaram que ele está viajando.

 


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