Brasil

Entre o caos e a esperança

Redação DM

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 01:08 | Atualizado há 9 anos

Assim como na vida pessoal, onde os relacionamentos, as oportunidades, as dificuldades e os desafios se alternam entre momentos conturbados e harmoniosos, a vida social e política de um país passa por alternâncias de conjuntura onde, naturalmente, crises e oportunidades se revezam e se confundem, estando presentes até em um mesmo momento histórico, conforme a condição em que se encontram, em determinados momentos, os indivíduos e os grupos sociais. Sempre foi assim. É a história, é a cultura. Porém determinados períodos se tornam mais impactantes e decisivos, ou seja, provocam consequências mais profundas e o ano de 2016, convenhamos, foi assim, especialmente no campo político: o caos instalado e o inconformismo nos chamando pra luta.

Não é tão simples fugir dos clichês neste tipo de análise mas não importa. Sabemos que trata-se de um processo contínuo, onde os fatos do passado se encadeiam com o presente e por aí vai… e que tudo segue uma certa lógica, mas, sem fazer relatos e entrar nos detalhes dos fatos, que estão fartamente expostos e analisados, a riqueza deste momento está, acho, no imprevisível. Nem os que compõem, hoje, o coro dos contentes, a bater panelas, antes, nem os ressentidos com o golpe (não foi golpe?! Analisemos bem…) se encontram satisfeitos, pois o embate continua. É a história, é a cultura… é preciso tirarmos lições deste momento, caótico mas rico pela experiência que oferece, embora muitos não deem tanta importância a isto e sim à manutenção de uma certa ordem e progresso (?!)…

E é nisto, no aprendizado, que devemos apostar e investir nossas energias. Para compreendermos melhor e atuarmos melhor, com coragem e determinação, porém com cautela e tolerância, algo que está fazendo muita falta neste momento, como faz falta também um melhor aprofundamento nas questões que tantas vezes discutimos, na vida cotidiana e nas redes sociais, muitas vezes movidos muito mais pelas paixões, pelo fanatismo e pelo imediatismo e com uma lamentável carga de intolerância.

E isto precisa mudar, em nome de uma causa maior: a democracia e o combate às desigualdades sociais.

E apesar das diferenças, que consigamos construir um futuro mais fraterno!

 

(Carlos Davi Alves Maia, servidor da Universidade Federal de Goiás e pós-graduado em Políticas Públicas pela mesma instituição)

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