Cerrado para o mundo
Diário da Manhã
Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 01:09 | Atualizado há 4 mesesO bioma Cerrado, pouco difundido ainda no Brasil, foi o centro dos debates no sábado, durante a 5ª Cúpula Mundial de Biodiversidade das Cidades, realizada em Cancun. Trata-se de um polo turístico do México dos mais visitados do mundo. Ao discutir formas de otimizar o uso dos serviços ecossistêmicos através de estratégias de manejo da biodiversidade, o representante do Grupo de Desenvolvimento Sustentável da Secima, João Marcos Bertoldi discorreu sobre as características especiais do Cerrado e potencialidades goianas.
Savanas
O bioma Cerrado é o segundo maior do Brasil, ocupa uma área de 2.036.448, correspondente a mais de 23% do território e é constituído principalmente por savanas. O Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal e parte do território dos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
A sua paisagem é caracterizada por extensas savanas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. As árvores do cerrado são muito peculiares. No ambiente do Cerrado são conhecidos 1.500 espécies animais, formando o segundo maior conjunto animal da Terra.
Desenvolvimento sustentável
Bertoldi em sua apresentação em Cancún procurou “vender”, também, as ações realizadas para a proteção da biodiversidade local, a exemplo da integração das instituições públicas para implementação dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em Alto Paraíso, localizada no Nordeste Goiano. Outras ações foram apresentadas, como o Programa Cultivando Água Boa; ICMS Ecológico; Compensação para produtores de Água; Cadastro Ambiental Rural (CAR), Legislação Estadual sobre Áreas Protegidas; Compensação Ambiental e participação na Plataforma de trocas de conhecimentos em Biodiversidade Rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável.
No domingo, a Rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentavel, grupo do qual Goiás é um dos mais antigos integrantes, lançou a Plataforma de Aprendizagem de Regiões para a Biodiversidade: projeto de longo prazo para apoiar a implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em nível subnacional, especialmente o Plano Estratégico de Biodiversidade 2011-2020 e os Objetivos de Aichi. A Plataforma promoverá a aprendizagem mútua e o intercâmbio técnico sobre estratégias e planos de ação sobre a biodiversidade e sobre áreas temáticas de interesse comum e interesse dos membros participantes.
O Estado participa deste projeto piloto juntamente com a Catalunha (Espanha), Gossas (Senegal), Québec (Canadá) e São Paulo (Brasil). O período inicial da plataforma ocorreu de maio a novembro de 2016 e foi considerado muito bem-sucedido. Explorando metodologias inovadoras de facilitação e troca de experiências, a ferramenta permitiu que os participantes conhecessem mais sobre as ações e desafios inovadores enfrentados por outros governos do mesmo nível.
A 5ª Cúpula Mundial de Biodiversidade das Cidades é uma das atividades da Conferência das Partes para a Biodiversidade COP 13.