Região Metropolitana de Goiânia, a nova unidade de planejamento
Redação DM
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 00:52 | Atualizado há 9 anosO Estatuto da Metrópole aprovado no início de 2015, apenas oficializou o que já existia na prática no Brasil e no mundo. Os aglomerados urbanos precisam de um tratamento diferenciado.
Não se trata de ir contra ao Estatuto das Cidades, mas de compreender que em alguns casos a gestão individualizada de um município não permite a sua melhoria e seu desenvolvimento de forma inteligente.
A cidade de Goiânia ultrapassou seus limites, se juntou aos municípios vizinhos, as malhas urbanas se encontraram e os interesses econômicos se entrelaçaram. Este fenômeno evidente merece uma abordagem moderna e cooperativa.
Os problemas mencionados pelos eleitores neste último pleito eleitoral deixaram evidente que um município sozinho não irá resolvê-los no âmbito da Região Metropolitana. Transporte, Saneamento, Drenagem, Lixo, e Desenvolvimento Econômico precisam ser tratados de forma integrada e os prefeitos vão ter que se sentar à mesa para conversar.
O governo do Estado também tem parte neste problema, já que muitos destes serviços são realizados por empresas estatais que possuem função estratégica no Estado.
Neste momento devemos ter a sobriedade e humildade para convergir em políticas públicas. Não cabem nesta mesa de negociação os extremos dos discursos eleitorais.
Os novos prefeitos e vereadores, juntamente com o governo do Estado tem a obrigação de criar um ambiente de negociação de alto nível, e debater os temas à luz das informações técnicas e dos anseios da sociedade.
Neste sentido as universidades vão ter espaço para se aproximar da sociedade e da gestão pública, com seus conhecimentos e suporte tecnológico.
O Ministério Público terá papel fundamental, servindo como um dos mediadores centrais neste processo e ajudando a refletir sobre as novas possibilidades de integração.
As entidades empresariais e da sociedade civil, as autarquias profissionais, todos devem atuar numa mesma direção, sem preconceito ou armadilhas ideológicas.
Um dos bons exemplos que temos hoje é o Codese, uma entidade criada com a participação de mais de 70 entidades de todos os matizes.
A palavra de ordem será “ resiliência” e nosso foco será estruturar um “Sistema de Inteligência Metropolitana”, que nos permita avançar a cada dia em busca de uma região justa e sustentável, com desenvolvimento humano e econômico.
Boa sorte a todos nesta nova empreitada.
(Marcelo Safadi, superintendente executivo de Assuntos Metropolitanos da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos-Secima)