Debate eleitoral não prioriza o meio ambiente
Diário da Manhã
Publicado em 13 de outubro de 2018 às 02:04 | Atualizado há 7 anos
Em meio ao debate político, que permeia o país de norte a sul, chama a atenção um certo descompromisso com propostas conclusivas para o meio ambiente, para práticas sustentáveis e políticas públicas para o setor.No âmbito das eleições majoritárias, alguns presidenciáveis preferem o discurso imediatista das soluções fáceis para a segurança pública, saúde, educação, desemprego e outros problemas com maior apelo popular.Igualmente importante, a pauta ambiental deveria ser colocada acima dos interesses político-partidários, porém isso não ocorre.Atravessamos um período em que a média da população nega a ciência, dá mais credibilidade à sua bolha nas redes sociais, do que a evidências históricas e anos de pesquisa.Valendo-se da falta de engajamento, candidatos defendem abertamente medidas anti-sustentáveis, como o afrouxamento na fiscalização ao uso de agrotóxicos e menos burocracia para as licenças ambientais.
Em Goiás, a economia é movimentada prioritariamente pelo agronegócio, e este é de forma evidente afetado pela escassez de recursos naturais como a água, por exemplo.Sabemos que o fator econômico é fundamental para o desenvolvimento de uma região, porém é preciso compreender que este setor será o primeiro a ser afetado com o mau uso dos recursos naturais.Tomemos como exemplo a dificuldade das indústrias que tiveram sua captação reduzida por causa da escassez hídrica na região metropolitana de Goiânia.Que os eleitos se comprometam com uma política racional e efetiva para os recursos hídricos.
Como técnico e pesquisador na área ambiental, observo a necessidade de se fortalecer os órgãos fiscalizadores, intensificar o trabalho preventivo junto à população, fomentar a inovação tecnológica, além de reformular a legislação, modernizar as relações e incentivar as práticas sustentáveis na economia.Como cidadão, lembro a importância do trabalho de deputados, senadores, governadores e presidente, eleitos e pagos por nós, para a construção um mundo mais sustentável para nossos filhos e netos.E é nosso dever cobrar propostas e o cumprimento delas.
(Danillo Cunha é Gestor Ambiental, Docente Universitário do UniAnhanguera e CEO da Resitrat Soluções Ambientais)