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18ª Goiânia Mostra Curtas recebe cerca de 10 mil pessoas e entrega 13 troféus

Redação DM

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 22:32 | Atualizado há 7 anos

A 18ª Goiânia Mostra Cur­tas terminou no último domingo (7) com a sen­sação de missão cumprida. A cerimônia de encerramento concedeu 13 troféus aos ven­cedores, com destaque para os curtas-metragens “Guaxuma” (PE), com direção de Nara Nor­mande; “Torre” (SP), de Nádia Mangolini e “Alo Maman”, de Michely Ascari, eleitos os me­lhores filmes da 18ª Goiânia Mostra Curta. A noite de pre­miação, realizada no Teatro Goiânia, ainda contou com a performance musical de en­cerramento do grupo Cocada Coral, que animou a noite de festividade.

A produção pernambucana Guaxuma foi eleita pelo júri por toda delicadeza e maestria no uso e mistura de técnicas para ambientar uma história sobre o crescimento, amizade, o amor e o tempo. O júri destacou que “Torre” utilizou a animação de forma bela e com uma forte narrativa para lembrar o dra­ma de um passado próximo, a ditadura de 1964. Já o goiano “Alo Maman”, presente na Cur­ta Mostra Goiás, foi eleito o me­lhor da categoria por tratar da saudade e de questões sociais urgentes, expondo a situação de vulnerabilidade da imigra­ção no cenário atual brasileiro, através de um personagem for­te e cativante, além de ter des­treza com que rompe as bar­reiras estéticas e de linguagem entre ficção e documentário

Foram cerca de dez mil pes­soas que passaram pelo Tea­tro Goiânia e na Vila Cultural Cora Coralina, nesses seis dias de festival, para assistir às 14 sessões de cinema em cinco Mostras, que se mantiveram lotadas durante todas as exi­bições. Ao alcançar a maio­ridade, o festival reafirmou o caráter de resistência, mobili­zando pessoas a refletirem so­bre o momento atual do país por meio dos filmes. “Nossa grande intenção é incentivar o cinema nacional, com forma­ção de plateia e oferecimen­to das atividades formativas para quem trabalha com au­diovisual. Há muito tempo não víamos o festival com todas as sessões de cinema cheias, com um público engajado e resis­tente. A Goiânia Mostra Cur­tas é uma vitrine da produção nacional, já consolidada no cenário do País, mas que nos surpreende todos os anos com a crescente de público”. A pro­porção do evento também im­pressionou, mais uma vez, se mostrando como um dos pou­cos festivais grandes de cine­ma gratuitos atualmente no cenário nacional

Foram inscritos 999 filmes e, do total, foram selecionados 77 pela curadoria, entre gêne­ros variados, como ficção, do­cumentário e experimental. Os curtas-metragens foram exibi­dos em quatro mostras compe­titivas – Brasil, Goiás, Animação e Mostrinha – esta última dedi­cada ao público infantil com o objetivo de promover a educa­ção e diversão nas salas de cine­ma e estimular o habito de con­sumo de filmes. Ainda, a Curta Mostra Especial, com a temáti­ca “Gênero e Invenção: tornar­-se mulher no cinema de cur­ta-metragem contemporâneo” trouxe reflexão sobre a presen­ça das mulheres nas obras cine­matográficas, além de levantar questões como feminicídio, ra­cismo, lugar de fala e privilégios.

ESPAÇO PARA CAPACITAÇÃO

Além das sessões de cine­ma, nesses seis dias de festi­val, foram realizadas ativida­des formativas variadas, com nomes consagrados do cinema nacional. Foram oferecidas três consultorias de roteiros, qua­tro encontros de realizadores, um lançamento literário, e um debate especial que levantou questões como os desafios da desconstrução e da criação da imagem da mulher no cinema.

Durante a agenda, a 18ª Goiânia Mostra Curtas também serviu de palco a Feira Audiovi­sual, novidade da mostra neste ano, com a participação de mais de mil pessoas ao longo dos três dias. “Esse foi o piloto da Fei­ra Audiovisual, mas sentimos que deu muito certo, o público busca espaços para capacita­ção e com ela, conseguimos re­unir profissionais importantes do Brasil e até convidados inter­nacionais, tudo para fomentar o debate sobre o curta-metragem e criar espaços para formação”, afirma Maria Abdalla.

Com a proposta de ampliar o público de curta-metragem e oferecer um espaço para ca­pacitação e relacionamento, a Feira sediou dois painéis, duas master classes, duas oficinas, cinco encontros de realizado­res e lounge de networking,que possibilitou que os participan­tes pudessem conversar com profissionais já conceituados no mercado cinematográfico de curta-metragem, possibili­tando, mais uma vez, a troca de conhecimento. O público par­ticipante da Feira Audiovisual avaliou que as atividades ofere­cidas foram importantes para a formação, já que muitos assun­tos em debate não são possíveis na sala de aula.

PREMIAÇÕES

A cerimônia de encerramen­to designou 13 troféus aos cur­tas-metragens, por júri oficial e popular, e marcou a entrega de prêmios de incentivo à produ­ção, como serviços de pós-pro­dução, finalização, distribuição, locação de equipamento para filmagens. “A cada ano, vemos mais filmes realizados com insu­mos oferecidos como prêmios. É gratificante colaborar e fomentar a cultura audiovisual brasileira”, destaca Maria Abdalla.

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