Independência ou morte do Brasil?
Diário da Manhã
Publicado em 8 de setembro de 2018 às 22:38 | Atualizado há 7 anos
Há 196 anos o Brasil tornou-se independente, oficialmente de Portugal, Esse feito chegou ao Brasil pela ação de D. Pedro I em 7 de setembro de 1822. A Independência do Brasil significou que o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa, tornando um Estado Nacional.
O precedente de todo o movimento para que o Brasil se tornasse uma nação livre, teve início na economia, tendo em vista a abertura dos portos para os ingleses à comercialização com o Brasil. Interesses que motivaram a independência do Brasil. Tratados da França com Portugal foram quebrados e o Brasil passou a ser quase uma metrópole de Portugal, porém com mandos e desmandos portugueses. Este foi um ponto chave para a independência do nosso País. No entanto, nossa liberdade custou muito caro aos cofres brasileiros, bem sabemos que a independência só ocorreu pelos arranjos políticos. Na realidade foi feito um acordo político para essa independência, sendo que o Brasil teve que pagar 2 mil libras esterlinas como indenização para Portugal e D. Pedro foi coroado o primeiro governante do novo estado chamado Brasil. Endividou-se com o Reino Unido, para pagar o tributo exigido como indenização para a liberdade do Brasil. Por que ocorreu isto? A nova nação não tinha o dinheiro exigido pela coroa portuguesa e a Inglaterra emprestou o recurso. Assim, o Brasil nasce, com uma dívida com a Inglaterra. O país iniciou com alienação dessa dívida enorme. Assim, a Independência ocorreu, sem a participação popular, na estrutura da sociedade constituída pelos interesses dos latifundiários, da burguesia inglesa e da classe média.
Trago para o nosso contexto aquele momento que parece atual. Só que mesmo que o nosso país tenha caminhado desde aquele ano de 1822, até a presente data, invadido pelos interesses políticos e midiáticos, hoje podemos nos sentir livres ao direito de escolher; de ser livres pela participação popular, através do voto. Este é o nosso trunfo para dizer não aos abusos oriundos de interesses particulares. Vamos escolher ser livres, não apenas de Portugal, mas das várias formas opressoras da corrupção e do descaso com o povo do qual faço parte, da nação que me pertence, já que aqui vivo, tenho uma língua que combina o índio nativo de nossas terras, com os sofridos escravos. Este é o nosso maior bem, nossa herança, nossa cultura, nossa história, que foi permeada de sangue e dor.
Uma história que acaba de ser enterrada nas cinzas do Museu Nacional no Rio de Janeiro. 20 milhões de itens de história se esvaíram em chamas, no domingo passado. O mundo todo chorou pela tragédia, causada pela falta de consciência do poder público. Desde 2015 já estava sendo solicitada uma reforma e nada se fez. Em 2018 só funcionava com o mínimo necessário. E agora nosso 7 de setembro, cuja história foi trazida pela família real que habitou o Palácio Imperial do Brasil, o então Museu Nacional, não tem história escrita para comemorar a Independência. Vamos então começar uma nova história? Sim. Talvez a história sem a luz dos feitos de nossos ancestrais. Muito triste, este desfecho para o meu texto de comemoração da Independência do Brasil! Um descaso com a cultura evadida dos sonhos políticos! Como construir uma nação sem precedentes de pesquisa, de história? Como conhecer sem buscas? Estamos órfãos da maior riqueza que estava guardada no Museu e que foi constituída por pessoas que conhecem o valor da cultura nacional e que se esvaiu pelo descaso, pela corrupção.
Peço a Deus pelos destinos do nosso querido País! Pátria amada Brasil! Peço também a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil que norteie os nossos futuros governantes, sobretudo, que norteie nossas decisões de votarmos em pessoas que saibam conduzir com zelo nossas terras, nossa gente! Que a nossa querida pátria Brasil, acorde neste 7 de setembro de 2018, com novas esperanças, para o recomeço de uma nova história de independência.
Ao ensejo quero cumprimentar meu querido neto, Nícolas, que completa neste 7 de setembro 8 anos. Que essa criança possa vislumbrar um país com muitas vitórias e possa contar lindas histórias de paz, de humanidade e de progresso. Que ela como todas as outras crianças do Brasil possam cantar com toda propriedade que já “raiou o sol da liberdade, no berço esplêndido do Brasil”
(Célia Valadão Superintendente de Habitação e Regularização Fundiária, Cantora e Bacharel em Direito)