Rio Vermelho
Diário da Manhã
Publicado em 4 de outubro de 2018 às 03:06 | Atualizado há 7 anos
Na cidade de Goiás aconteceu dia 22 de setembro de 2018 – sábado um abraço simbólico da população ao famoso rio histórico. Maria Dulce, Tia Tó e outros conseguiram verbas e firmas para cuidar desse rio tão celebrado.
Vão limpar seu leito, retirar as beiradas de areia que avançaram encolhendo seu leito, estreitando o correr das águas – enfim vão embelezar, sanear e saudar o Rio que sempre foi cantado em prosa e verso.
“Cântico ao Rio Vermelho”
Augusta Faro Fleury de Melo
Nasci no Rio Vermelho
Bem lá na cabeceira
Minha mãe enterrou a placenta
Em suas finas areias.
Por isso quando vou longe
Ele me chama, me puxa pelos cabelos
Cresci, tive filhos e netos
E eles entram nessas águas
Que embalaram meus sonhos
E ouvem felizes o murmúrio das noites
Quando é lua cheia
Viro sereia
E mergulho fundo, catando ouro
E a lua plena alumia meus olhos e cantos
Cantos de amor ao Rio de meus pequenos anos
A lua gigante enche de prata suas ondas ligeiras
E eu sonho e canto com ele.
Começaram a matar o rio faz um tempo
seu coração bateu triste, o rio soluçava
Mas vieram os amorosos
Salvar o rio, salvar suas areias
Perfumar suas águas
Meus avós, meus pais sempre cataram o rio
Ficarão alegres, vendo o rio nascer de novo
Cheirando água pura, gargalhando
Alegre com seu corpo líquido.
(Augusta Faro Fleury de Melo, poeta, escritora, membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Academia Goiana de Letras, EBE Instituto Histórico de Goiás e pioneira da poesia infantil em Goiás. Tem os livros “A Friagem” e “Boca Benta de Paixão” ( contos e adultos) traduzidos em inglês, espanhol e alemão)