Greve dos bancários chega ao 24º dia e ainda não há previsão de encerramento
Júlio Nasser
Publicado em 29 de setembro de 2016 às 18:04 | Atualizado há 9 anosA greve dos bancários chega ao 24º dia nesta quinta-feira, 29, e ainda não houve um acordo entre servidores e instituições que estava planejado para ocorrer na noite de ontem, 28. A greve já entrou para a história como a segunda mais longa dos últimos anos, perdendo apenas para a que ocorreu em 2004, quando os serviços foram paralisados por 30 dias.
A proposta dos bancos apresentada ao Comando Nacional da categoria com validade de anos previa a manutenção do reajuste de 7% para 2016, abono de R$ 3.500, aumento de R$ 200 em relação à proposta anterior e um aumento de 0,5% acima da inflação para o ano que vem. A peça foi rejeitada.
O Sindicado dos Bancários de São Paulo, Osasco e região divulgou que a proposta não representa o ganho real para a categoria e não traz avanços nos pedidos de manutenção dos empregos, reivindicações de saúde e condições de trabalho.
Para a presidente do sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando, os bancos perderam a oportunidade de resolver a problemática da greve. “Conforme dissemos ao final da reunião de terça-feira, 27, quando a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) anunciou a proposta de mudança de modelo, só poderíamos analisar se trouxesse ganhos para os trabalhadores. Como a proposta detalhada nessa quarta ainda impõe perdas aos bancários, o Comando rejeitou e a greve continua”, disse a presidente.
Foi marcado para a próxima segunda-feira, 3, uma nova assembleia para debater os rumos da paralisação. Até ontem, 13.254 agências e 28 centros administrativos estavam em greve, o número que representa 57% das locais de trabalho em todo país.
Entenda a greve
As reivindicações da categoria para encerrar as paralisações são o reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando a inflação de 9,31%; participação dos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), vales alimentação, refeição e auxílio-creche no valor do salário mínimo nacional (R$ 880). Além do pedido de um do décimo quarto salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.
Atualmente, os bancários recebem um piso de R$ 1.976,10 e R$ 2.669,45 para funcionários que trabalham no caixa ou tesouraria. A regra básica de participação nos lucros e resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela adicional de 2,2% no lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, podendo chegar a até R$ 4.043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.
Com informações da Agência Brasil.
Em Goiás
Em Goiás a greve também continua e de acordo com o Sindicato dos Bancários do Estado, a categoria já tentou entrar em acordo com a Fenaban, durante assembleias em São Paulo, por duas vezes e não obtiveram sucesso.
Com a paralisação dos atendimentos nas agências bancárias, os clientes passam por transtornos e têm de procurar outras alternativas para efetuar pagamentos de suas contas domésticas.
A Associação de Bancos de Goiás, Tocantins e Maranhão (Asban) orienta que a população “utilize meios alternativos, como casas lotéricas, caixas eletrônicos, internet, aplicativos de celular, para pagamento de carnês e contas de água, energia, telefone, entre outros”.