Meu jeito de viver

Em minhas veias,

Pulsa sangue de ousadia…

E o ar que eu respiro,

Não expira em mim.

Quero folhear devagar

As páginas da vida…

Quero limpar as ferrugens

Da língua aflita.

E na ânsia de não partir

Já não caminho mais

Na mesma velocidade…

Esse é meu jeito de viver.

Tenho nós no coração,

Incêndios na garganta…

E se já não bastasse,

Luto para o tempo conquistar.

Não me esperes, vida…

Quero ir andando sozinha.

Siga andando no seu tempo

Que eu te sigo com a vista.

A vida é uma ponte gigante…

E o desafio constante,

É poder atravessá-la

Com inteligência e sabedoria.

Existir é desafiar limites…

É morar no deserto.

É buscar o sentido da vida

Nos pequenos e belos instantes.

É procurar por carinho,

Em todos os caminhos que há…

É encantar um coração desaquecido,

E ver além da saudade.

É amar sem saber por quê

E sonhar acordado todos os dias.

A vida não tem uma simetria,

Basta apenas querer viver.

Vivendo, vivo lutando…

Para um dia continuar vivendo.

Quando a vida quiser fugir de mim,

Atrás dela eu vou correr.

Posso ser uma vida perdida…

Tentando encontrar a vida.

Se assim não puder ser,

Que sentido tem estar aqui ?

Eu sigo vivendo a vida,

Sendo aquilo que ela me ensinou…

Assim, continuarei a viver,

O tudo ou nada do que sou.

(Lu Couto, jornalista. Twitter: @lucouto28, Blog: Livrepensareviver.blogspot.com)