Mestre-capoeira Velho José em Londres
Redação DM
Publicado em 4 de agosto de 2016 às 03:17 | Atualizado há 5 mesesDesde 2005 residindo na Inglaterra, o mestre-capoeira Aldemar de Sousa (nome de guerra Velho José) é um dos agentes de divulgação da capoeira na Europa, na modalidade Regional, sistematizada por Mestre Bimba. De certa forma, vem desenvolvendo o trabalho iniciado por seu pai, o famoso Mestre Deputado, que já ganhou o epíteto de “o embaixador da capoeira brasileira”.
Segue-se entrevista concedida ao escritor Emílio Vieira, reproduzida dos originais do seu livro “Na roda da capoeira”, a sair, em edição bilingue português/italiano.
Entrevista:
1 – Desde quando iniciou o magistério de capoeira e em quais localidades vem actuando até hoje?
Iniciei capoeira desde pequeno. Tive o privilégio de ser filho do Mestre Deputado. Posso dizer que iniciei aos 3 anos de idade, pelo menos é o que meu pai me disse. Vivo em Londres desde 2005 e venho ensinando por aqui desde 2006.
2 – Desenvolve outras actividades paralelas ou dedica-se exclusivamente ao ensino da capoeira?
Gostaria muito de apenas ensinar capoeira, mas não. Tenho um trabalho como Gerente em uma empresa que chamada DPD, e também trabalho com Hipnoterapia que é a minha formação académica.
3 – Tem algum projecto realizado ou para ser executado com alguma instituição cultural?
Não.
4 – Alem do trabalho técnico como Mestre de Capoeira, qual a sua visão de mundo aplicada no magistério da capoeira?
Por Londres ser uma metrópole multicultural, tenho alunos praticamente de todos os países do mundo, o que torna o trabalho muito desafiador para qualquer docente de qualquer arte. Tenho que estar constantemente me adaptando e reciclando para não haver qualquer equívoco, pois é um clientela muito exigente.
5 – Tem projectos especiais de educação através da capoeira também para crianças ou adolescentes?
Não é bem um projecto, mas ensino para crianças todos os Sábados pela manhã e também Quarta-feira uma aluna minha Estagiária Boca Rica desenvolve um trabalho com crianças sob a minha supervisão.
6 – Como vê a pratica de capoeira no Brasil e no exterior, principalmente no contexto cultural em que você está inserido?
Acho que no exterior tem gente muito mais interessada em capoeira do que no Brasil. Especialmente aqui existem pessoas que viajam de muito longe para fazer uma aula. Alguns alunos meus viajam 1 hora ou 2 de transportes públicos para fazer uma aula. A exemplo disso, em 2016 quando tivemos o Agosto Pra Regional™ em Goiânia muitos europeus estiveram presentes, mas poucos brasileiros.
7 – Como sua esposa participa de suas actividades? Ela também é capoeirista?
Ela é a razão pela qual ensino. Nunca quis ensinar capoeira, apesar de meu pai ter anteriormente insistido. Minha esposa, a Morena, é quem treina a mais tempo comigo. Uma grande parceira.
(Emílio Vieira, professor universitário, advogado e escritor,membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Associação Goiana de Imprensa.E-mail: [email protected])