“Vamos derrotar o golpe”
Diário da Manhã
Publicado em 29 de julho de 2016 às 02:00 | Atualizado há 4 mesesO deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Paulo Pimenta, esteve em Goiânia, ontem (28), para cumprir agenda político-partidária no evento Difusão de Conhecimento em Gestão e Políticas Públicas, realizado na Assembleia Legislativa. Em visita ao Diário da Manhã, o parlamentar reforçou que o PT tem se mobilizado em todo o Brasil contra o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). “Vamos derrotar o golpe”, enfatizou e prosseguiu: “Dois fatores levarão à derrota do golpe, um é a resistência da sociedade e o outra é a maneira como está sendo traduzido para o cidadão, para sua vida cotidiana, os objetivos do golpe”, acredita.
Como parte da agenda em Goiânia, o deputado ainda participou de encontro com lideranças e apoiadores do partido com o intuito de reforçar a pré-candidatura da deputada estadual Adriana Accorsi (PT) – que é pré-candidata para disputar a Prefeitura de Goiânia – e do pré-candidato a vereador Tales de Castro (PT). “Vamos vencer as eleições em Goiânia com a nossa pré-candidata. Esta eleição vai surpreender muita gente, porque esse movimento de defesa da democracia também está reacendendo um forte eleitorado petista. Ela [Adriana Accorsi] tem uma trajetória profissional brilhante na área dos Direitos Humanos, foi a deputada estadual mais votada do partido. Goiânia é uma das cidades prioritárias e apostamos muito na candidatura de mulheres nas eleições majoritárias”, destacou.
Em relação ao apoio à pré-candidatura de Tales de Castro, Pimenta ressaltou a importância da juventude na política e a renovação do partido. “O Tales faz parte de um grupo de companheiros no Brasil que estamos apostando, são jovens candidatos, sendo um trabalho de renovação das lideranças do PT. Minha vinda a Goiânia é também no sentido de prestigiar e reforçar a importância da pré-candidatura do Tales e o que ela representa, não só para Goiânia, mas para o Brasil”, explicou.
Outro objetivo da passagem pela Capital foi o de mobilizar as pessoas sobre o cenário político do Brasil e chamar a atenção para o que considera “golpe” da democracia. “O centro da nossa ação política é o combate e denúncia ao golpe e a defesa do retorno da Dilma para que a normalidade democrática seja restabelecida. A partir desse processo vamos aprofundar, junto com as campanhas, o debate dentro do PT e estamos em Goiânia para conversar um pouco sobre isso também”, apontou Pimenta.
Um assunto abordado pelo deputado foi o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), tecendo uma série de críticas ao governante, além de enumerar as principais ações equivocadas que o novo presidente tem promovido. “Ele [Temer] anunciou o desmonte do SUS, a redução dos recursos para o ensino público, quer mudar as regras da aposentadoria, quer vender o pré-sal, retornar a CPMF, criar novos impostos, quer tirar o Fundo de Garantia da Caixa Econômica Federal para colocar nos bancos privados. Mas o pior, eles dizem que as medidas mais amargas apresentarão depois. Esse governo está apodrecendo à luz do dia”, enumerou.
Pimenta ainda ressaltou sua insatisfação com o governo Temer: “Nem os mais pessimistas poderiam imaginar que o governo Temer seria tão ruim. Ele não fez nenhuma agenda pública desde que assumiu e algumas pessoas, de maneira ingênua, acreditaram que o governo Temer iria combater a corrupção”.
Cassação de Cunha
Em relação ao ex-presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB), Pimenta é a favor de sua cassação e quer celeridade no processo quando o Congresso voltar do recesso. O deputado defende que a votação para a cassação seja feita no domingo e que os parlamentares declarem seu voto abertamente no microfone. Pimenta também acredita que o processo de cassação de Cunha vá abrir precedentes para que Temer saia do poder. “O Cunha cassado abre a metralhadora giratória para denunciar tudo o que ele sabe. Acreditamos que o Brasil tem direito de saber o que Cunha sabe do Temer. Quem são os cerca de 200 parlamentares que são ou não financiados, suas campanhas e dívidas pelo Cunha? O Brasil merece saber a verdade. Não aceitaremos de nenhuma maneira que esta votação fique para depois do julgamento do impeachment”, declarou.
Questionado sobre a votação para o impeachment de Dilma, o parlamentar afirmou que o partido tem trabalhado para mobilizar todo o País e acredita que a população quer que a presidente afastada volte ao poder. “Temos uma curva crescente de reconhecimento de que é um golpe e isso faz com que em alguns Estados esse sentimento esteja quase 50%. Vários senadores têm dito para nós que a condição para que eles votem contra o golpe ou que mudem o voto é se, no seu Estado, a maioria da população ser contra o golpe. Querem afastar uma mulher que não cometeu nenhum crime e isso é um verdadeiro paradoxo”.