Thiago Peixoto deixa governo e abre expectativas sobre futuro

Thiago Peixoto deixou formalmente a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED) do Governo de Goiás nesta quinta-feira e abre uma enorme expectativa política a partir de agora: ele pode ser o candidato ao governo do PSD em 2018.

Deputado federal eleito em 2014, o parlamentar teria mensurado a pouca visibilidade que teve no cargo de secretário de Educação, Planejamento e mais recentemente de Desenvolvimento Econômico e optado em fazer o que o povo decidiu para ele: o exercício legislativo.

A volta também indica que ele precisa se aproximar de seus eleitores. Nas eleições de 2010, Thiago Peixoto teve 90. 719 votos pelo PMDB, sendo um dos menos votados daquela disputa.

Em 2014, novamente Thiago apresentou um total de votos reduzido frente aos demais candidatos – com 79.666.

Para se ter ideia, a votação do delegado Waldir daria para eleger quase quatro Thiagos. E o delegado fez sua campanha sem qualquer apoio do governo.

Ao cotejar que deputados como João Campos (PRB), delegado Waldir (PR), Daniel Vilela (PMDB) e Magda Mofatto (PR) apresentam ampla visibilidade midiática por conta de seus projetos e ações, o deputado optou em voltar para o parlamento – atividade que ele pouco exerceu.

Retomar a construção de uma imagem mais distante do governador é a principal meta do parlamentar, tendo em vista 2018.

Ele terá três alternativas: ser candidato à reeleição, tentar apresentar seu nome ao governo ou ser o candidato à vice.

Thiago não critica o governador Marconi Perillo. Ao contrário, elogia o gestor, que teria aberto portas para o político sair do PMDB e entrar no ninho tucano a partir de um partido aliado.

Sua insatisfação pode ser, na verdade, a retomada do projeto de disputar o governo de Goiás. Considerado o melhor quadro  do governo atual, Thiago pode ser alternativa ao vice-governador José Eliton, que está à frente da Secretaria de Segurança Pública.

Além de Thiago Peixoto e José Eliton, o governador Marconi Perillo teria ainda outras opções, não apenas para governo, caso da secretária Ana Carla Abrão e do engenheiro civil Wilder Morais (PP) – senador goiano que tem aumentado seu prestígio a partir de proposições legislativas e que será o relator da principal medida do governo de Michel Temer.

DIFÍCIL

A nova ordem política mostra que Marconi terá dificuldades para fechar sua chapa. Possível candidato ao Senado Federal, Marconi terá ainda pela frente lideranças partidárias como João Campos (PRB), Lúcia Vânia (PSB), Magda Mofatto (PR), Jovair Arantes (PTB) e Vilmar Rocha (PSD) – todos possíveis candidatos ao Senado em 2018.

O que se observa é que todos os aliados tem em mãos legendas próprias e apresentam atividades independentes da base – mais um complicador para que o grupo permaneça unido.

Segue abaixo a carta escrita por Thiago Peixoxo, em que se despede do governo.

[box title=”Carta aberta”]

Oportunidade foi o que eu sempre tive ao lado do Governador Marconi Perillo. Como Secretário da Educação, rompemos diversas barreiras, elaboramos e implementamos o Pacto Pela Educação, projeto este responsável pelo grande avanço da qualidade do ensino goiano, e que levou nosso estado a conquistar o primeiro lugar no ranking do IDEB, que mede a qualidade da educação. Saltamos do 16º lugar para o 1º, entregando aos goianos o melhor ensino médio público do país.
Já na Secretaria de Gestão e Planejamento, contribuí para a criação do Consórcio Brasil Central, uma inovadora ferramenta de formulação e implementação de políticas públicas de desenvolvimento, com atuação conjunta em seis estados. Também, lançamos o programa Goiás Mais Competitivo, iniciativa que visa colocar Goiás entre os estados mais competitivos do país.
Aliás, estes dois projetos, dos quais participei direta e ativamente e ajudei a colocá-los em funcionamento, foram os que me incentivaram a vir para o governo no início de 2015, quando meus planos me direcionavam para assumir o mandato parlamentar em Brasília.
Como Secretário de Desenvolvimento, minha mais recente missão no Executivo, destaco o trabalho pela defesa e fortalecimento da política de incentivos fiscais, ferramenta vital para atração de investimentos e, principalmente, para a geração de mais empregos.
Hoje, deixo o Governo Estadual por entender que como brasileiro, goiano e homem público, devo contribuir, como Deputado Federal, na estruturação de uma agenda de superação da crise política e econômica que vivemos.
O Brasil atravessa uma fase extremamente delicada e creio que passa pelo Congresso Nacional boa parte das decisões importantes para que o País deixe para trás esse momento ruim.
Sendo assim, reassumo meu mandato na Câmara de Deputados, para colaborar com a construção de uma nação capaz de superar seus desafios.
Ao encerrar essa etapa de trabalho, reafirmo o meu compromisso com Goiás, e fortaleço a minha aliança com o governador Marconi Perillo, agradecendo-o, mais uma vez, pela confiança em mim depositada.