As reservas morais do Brasil
Redação DM
Publicado em 16 de junho de 2016 às 02:59 | Atualizado há 9 anos
Quando nos vemos cercados por uma infinidade de impeditivos de diversas naturezas, quando vemos grassar a contravenção às leis ordinárias e a magna, quando a sociedade começa a perder as esperanças do amanhã; então a hora exige a decisão de romper com tudo que está posto fora do lugar, e restabelecer o equilíbrio social a modo ordeiro e construtivo, como convém à convivência do povo de uma nação de pendores e vocação democrática.
Contudo, o agir com firmeza e coerência ao rumo da reorganização das coisas, carece antes da ação humana daqueles que, por princípio e imposição de caráter, só procedem bem. E estas, raríssimas e quase extintas figuras humanas, fazem parte de um minguado contingente denominado de Reserva Moral da Nação, que são, por assim dizer, os invencíveis combatentes da última trincheira.
A propósito da atual conjuntura política do nosso País, quando expressivas figuras sociais dotadas de autoridade e representantes do povo, são questionadas sob todos os aspectos de moralidade, e, já não conseguem pontuar minimamente numa prova de aferição de caráter, sendo que os notáveis; Getúlio Vargas, Jânio da Silva Quadros, João Goulart, Tancredo Neves, Juscelino Kubischek e Itamar Franco estão mortos, e que, os não confiáveis; Fernando Collor de Melo, José Sarney, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, estão todos com um pé na cadeia, então fica claro e patente que só podemos contar com As Reservas Morais do Brasil; aqueles que já deram provas suficientes de probidade, inteligência organizacional e humanitarismo, a exemplo do ilustríssimo ex-ministro do STF, doutor Joaquim Barbosa, que é quem deveria ter sido chamado para ocupar o novo Ministério da Transparência, cujo posto ministerial é, ainda que mal comparado, a “caixa preta” do governo Michel Temer, tamanha a importância da lisura exigida na lida com o bem público, em razão do estado de coisas que tem prevalecido.
E em que pese a zelosa vigilância e proteção dos expertos juízes das Supremas Cortes de justiça, ainda assim o estado democrático de direito vive sob permanente ameaça de contravenção, a exemplo do que se tem apurado em decorrência da Operação Lavajato, quando conhecidos criminosos confabulam, astuciam, conspiram e planejam delinqüir, em circuitos fechados de comunicação, e que só são denunciados graças ao bem inventado sistema de delação premiada.
O Poder Judiciário – arrimo inequívoco às Reservas Morais do Brasil – nas instâncias dos Ministérios Públicos e da Polícia Federal, tem se mostrado um eficientíssimo provedor de amparo e garantia dos direitos constituídos, bem como na apuração dos crimes de corrupção, cuja modalidade criminosa abunda recorrentemente por todo o País.
“Quando a justiça se faz presente, a sociedade se agracia e engrandece.”
(Durval Campos, escritor, poeta e prosador. Residente em Goianira-GO, [email protected])