Hierarquia na ordem espiritual
Redação DM
Publicado em 26 de abril de 2016 às 01:45 | Atualizado há 9 anos1- O espírito a quem pertenço tem por missão dizer-me do sim e do não. Saber-me o quando no onde estou. Abrir-me as portas aonde vou. Mostrar-me o onde, no claro-escuro, entre o passado e o futuro.
2- Espírito irmão, vem viver-me e andejar comigo nos tempos, em todas as chegadas e partida. Vem saber-me da outra dimensão e mostrar-me o original abrigo, em todas as entradas e saídas. Vem revelar-me o claro enigma da existência obscura e mostrar-me a conexão das coisas na continência das vidas.
Os espíritos se classificam na ordem cósmica assim como os seres humanos classificam-se hierarquicamente no plano existencial, representando a escala máxima de sua evolução. Não há diferenças marcantes na escala dos espíritos, que se articulam entre a paixão e a virtude, entre o mal e o bem, entre a imperfeição e a perfeição.
Os espíritos são como as sementes, que tendem a nascer em terra fértil, ou sucumbir em chão estéril. Tendem a crescer como a árvore e a produzir os frutos do bem. Não devemos criar-lhes circunstâncias adversas.
Há diferentes ordens de espíritos, mas podem reduzir-se a três princi¬pais: espíritos puros, espíritos imperfeitos e de ordem intermediária, conforme seus respectivos graus de evolução. Dizem-se imperfeitos os espíritos ainda inclinados ao mal e presos à influência da matéria.
Numa segunda ordem estão os espíritos que já se impõem sobre a matéria e são inclinados ao bem. Só aqueles que alcan¬çaram a perfeição no caminho do bem são os espíritos puros.
Entre os espíritos imperfeitos há os impuros, levianos, falsos sábios, neutros, perturbadores. Impuros – gênios do mal ou demônios. Levianos – zombeteiros, como os duendes. Pseudos sábios – presunçosos e enganadores. Neutros – indecisos e vulgares. Perturbadores – provocadores de fenômenos estranhos.
Contra esses malfazejos há os bons espíritos, benevolentes, sábios, superiores. Podemos conviver perfeitamente com os bons espíritos que nos visitam neste plano terrenal, bastando invocá-los, como numa prece. Enquanto o ser humano age por livre arbítrio, o espírito age por invocação.
Espíritos protetores
Há espíritos guardiães, protetores, familiares e simpáticos, assim como os há malévolos, frívolos e antipáticos. Os bons espíritos se interessam pela nossa felicidade e prosperidade e nos ajudam a suportar certos males com resignação.
Os espíritos guardiães, de or¬dem mais elevada, ligam-se aos seus protegidos – tal como os pais se ligam aos filhos – desde a vida corporal à vida espiritual e em sucessi¬vas existências. As ligações do espírito protetor se cumprem por tarefa que lhes é designada ou por livre escolha do protegido. Os espíritos protetores não se ligam com exclusividade, visto que podem assumir concomitantemente diversas missões.
Os espíritos guardiães podem retrair-se ante as recusas, mas nunca abandonam por completo seus protegidos,oferecendo seus conselhos e avisos constantes ante os perigos a que se expõem.
O espírito protetor não age contra a vontade do protegido e este não pode negligenciar da sua busca de proteção, que resultaria sem mérito.
O protegido rebelde pode perder a guarda do seu espírito protetor, mas nunca será por este abandonado até sua aceitação.
O espírito protetor se rejubila quando vê o êxito do protegido cujo sucesso no caminho do bem se reveste também em seu benefício, por servir de intermediário do outro perante o anjo guardião.
Os espíritos protetores não se identificam por nomes, mas por sua invocação junto à irmandade dos espíritos, e agem ocultamente segundo os apelos do protegido.
Quando o protegido estiver na vida espírita poderá conhecer seu espírito protetor que já lhe era familiar. Poderá por sua vez tornar-se protetor de outro na vida corporal.
A missão do espírito é proporcional ao seu grau de elevação. Quando um espírito protetor reencarna, sua missão pode ser assumida por um espírito simpático e assim paulatinamente na escala da vida espiritual. O espírito nunca fica órfão.
Invocação
Ó bons espíritos, vinde instruir-nos com bons conselhos, afastar nossos sentimentos negativos, inspirar nossa inteligência e a compreensão e animar-nos na busca da verdade. Fazei que em nós predomine o espírito sobre a matéria, o desejo do bem e do amor ao próximo, da sabedoria e da bondade.
Ó bons espíritos, fazei que compreendamos Deus e o infinito, que façamos tudo pelo bem contra o mal. Tudo pela humildade contra o orgulho. Tudo pela benevolência contra o egoísmo. Tudo pela caridade contra a ambição.
Ó espíritos benevolentes: emprestai-nos vossa bondade. Espíritos sábios: infundi-nos vossos conhecimentos e qualidades morais. Espíritos superiores: inspirai-nos a verdade para a prática do bem.
Ó espíritos puros, de anjos, arcanjos e serafins: elevai-nos à contemplação de Deus e fazei que alcancemos a harmonia universal.
(Emílio Vieira, professor universitário, advogado e escritor, membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Associação Goiana de Imprensa. E-mail: [email protected])