Brasil

Polícia Civil vai focar em gestão de 2017 para entender venda suspeita na Codego

Redação DM

Publicado em 11 de junho de 2020 às 22:17 | Atualizado há 5 anos

As investigações da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) em torno da
venda suspeita de imóvel do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) devem
focar, a partir de segunda-feira, 15, na origem do contrato, que data de
dezembro de 2017, gestão anterior ao atual governo.

O documento obrigacional privilegiaria Matheus Henrique
Aprígio Ramos, 22, filho do empresário Carlinhos Cachoeira.

As investigações serão presididas pelo Grupo Especial de
Combate à Corrupção (Geccor) da Polícia Civil, mas a Controladoria Geral do
Estado (CGE), órgão interno do Governo de Goiás,  anunciou também a realização de sindicância
preliminar para apurar o contrato que, a princípio, suspeita-se, seria oneroso para
o Estado.

Rômulo Figueiredo, chefe do grupo que investiga corrupção no
Estado de Goiás, afirma ao “Diário da Manhã” que a partir da semana que vem o
delegado específico desta investigação, Francisco Lipari, terá se adiantado no
caso, já que ele teve acesso aos autos apenas no final da tarde de
quarta-feira, portanto, véspera de feriado. “Ele levou os autos para casa. Vai estudá-los
no final de semana. A partir de segunda-feira vamos tomar providências cabíveis”.

Além desta informação, o delegado disse apenas que a Polícia
Civil de Goiás investigará condutas e não pessoas. Rômulo Figueiredo prefere,
contudo, por questões éticas e legais, não tratar em específico dos detalhes e
suspeitas, pois a investigação seguirá pelas próximas semanas com  Lipari.   

DISTRATO

Na última semana, a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codego), responsável pelo Daia, realizou distrato que impede a negociação do imóvel por R$ 25 mil. A CGE apontou antes a necessidade de se respeitar o valor de mercado, cotado hoje em R$ 5 milhões.

A negociação do imóvel teve início em dezembro de 2017
durante a gestão passada do Governo de Goiás. Por isso devem ser ouvidos ex-gestores
e diretores da Codego – companhia que já foi epicentro de prisões e investigações
ocorridas durante a gestão anterior. Em 2018, Jayme Rincón, ex-presidente da Agetop,
e Júlio Vaz, então presidente da Codego, por exemplo, foram detidos pela
Polícia Federal em desdobramento da operação Cash Delivery.

A linha de investigação da Polícia Civil é retomar quem
participou da reunião do conselho que aprovou a venda para o filho de Cachoeira.

O desaparecimento dos pareceres contrários, ocorridos nesta gestão, também será investigado, já que Marcos Cabral, ex-presidente da companhia, alega que eles sumiram do processo que motivou a finalização do negócio.  

ENTENDA O CASO

A empresa que comprou o terreno – ETS – é do filho de Carlinhos
Cachoeira. O imóvel seria usado para a construção de um shopping – o que não é
atividade fim do Daia.

Com contrapartida, a empresa construiria uma nova sede para a
órgão interno do Governo de Goiás, órgão interno do Governo de Goiás, 3º
Delegacia Regional de Polícia Civil, em outro terreno do Daia. Apesar do
pactuado, o atual governo, gestão de Ronaldo Caiado, através da CGE, orientou
que a venda do terreno de 11 mil metros quadrados fosse realizada apenas pelo
valor de mercado (R$ 5 milhões). O parecer de Pedro Salles (ex-presidente da Codego)
foi contrário também ao acordo.

Contudo, o valor subvencionado pelo estado foi firmado em
2017, durante a gestão anterior, momento em que se definiu a parceria para a
construção da delegacia.

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