O novo esquema do samba
Redação
Publicado em 21 de março de 2016 às 22:28 | Atualizado há 4 meses
Ele é um carioca com descendência etíope (a mãe nasceu na Etiópia), inspirado pela beleza e alegria do Brasil, pelo misticismo, e, claro: pelas mulheres. Este é Jorge Ben Jor, que conseguiu em sua música multifacetada, reunir o samba, o rock, pegadas das canções africanas até árabes. Assim, criou uma identidade única e em 53 anos de carreira e possui hits atemporais, que sobrevivem às décadas. Afinal, quem não sabe cantarolar pelo menos uma frase de: “País Tropical”, “Mais Que Nada” ou “Chove Chuva?”.
No auge dos seus 71 anos – completados hoje- mesmo sem lançar algo novo há 12 anos, este cantor está ativo na estrada, fazendo shows animados por todo país. Inclusive, os goianos poderão conferir em breve seu som cheio de suingue e balanço. O cantor é uma das atrações do festival Bananada, que acontece entre os dias 9 e 15 de maio, no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
O criador de W/Brasil (Chama o Síndico) – que foi lançada há mais de 20 anos- vai se apresentar no dia 13 de maio (sexta-feira) mostrando que continua soando inovador. Na programação, é uma das atrações mais aguardadas, em um evento frequentado e principalmente pelo público jovem.
Isto, porque quem gosta de boa música sabe que Jorge Ben no mundo das canções tem um legado mais que importante. Com seus 26 álbuns de estúdio lançados entre 1963 e 2007, ele ajudou a moldar uma das maiores joias raras de nossa cultura: a MPB. Suas canções romperam ainda barreiras nacionais e, Jorge Ben se tornou conhecido também nos Estados Unidos.
A canção Mas, Que Nada, por exemplo, em uma interpretação de Sérgio Mendes juntamente com a banda norte-americana Black Eyed Peas, é uma das músicas brasileiras mais conhecidas lá fora. Por outro lado, é fato que, discos inéditos, o artista não está com pressa nenhuma de lançar. Há 12 anos ele não grava um álbum somente com canções novas. O último foi “Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum)”, em 2004.
Sem contar, que o intervalo do último para o penúltimo álbum de inéditos também foi longo: nove anos. O que pode-se concluir que nas duas últimas duas décadas, Ben Jor lançou apenas dois álbuns com canções atuais.
Porém, a desacelerada na criação veio só depois deste artista passar por um momento férteis, em que ele fez nascer hits dançates e positivas, como: País Tropical, Taj Mahal e Fio Maravilha. Caetano Veloso já disse que, Ben Jor não possui uma canção sequer triste.
O começo
Jorge Ben sempre esteve ligado a música, tocava pandeiro na igreja e em blocos de carnaval. Contudo, aos 18 anos, quando ganhou o primeiro violão, não só a vida deste homem mudou, a própria levada da música brasileira. E, o instrumento, que mais tarde substituiria pela guitarra – tocava de forma única.
Começou a criar, aquilo depois os críticos chamariam de samba rock, na década de 60, em plena era da bossa nova, de João Gilberto. E, foi inclusive, no reduto deste estilo, o Beco das Garrafas, que Jorge Ben fez uma de suas primeirasa presentações.
No local, tocou “Mas Que Nada”, que foi um sucesso e dois meses depois lançou o primeiro álbum compacto, que incluía “Por Causa de Você, Menina”. Em 1963 ele lançou aquele que seria um dos maiores clássicos da MPB, o álbum Samba Esquema Novo.
Com mais de 100 mil cópias vendidas, Jorge Ben se tornou um dos cantores mais famosos da época. No disco estão presentes músicas consagradas do cantor, como: “Balança Pema”, “Chove Chuva”. E “Por Causa de Você Menina” e “Mas Que Nada”, também marcaram presença neste álbum.
Ainda na década de 60 veio muito mais, com faixas como: Cadê Tereza?”, País Tropical”, “Que Pena” e “Que Maravilha”. Já, na década de 1970, venceria este festival com “Fio Maravilha”, interpretado por Maria Alcina. “País Tropical” também teve êxito, na voz de Wilson Simonal.
Nos anos 70, Jorge embarcou em uma “onda” esotérica e lançou discos experimentais, a exemplo de: “A Tábua de Esmeralda” (1974), “Solta o Pavão” (1975) e “África Brasil” (1976).
A década de 80 foi marcada pela carreira internacional, e foi inclusive quando o artista mudou seu nome de Jorge Ben para Jorge Ben Jor. O último grande sucesso radiofônico foi W/Brasil (Chama o Síndico) lançada em 1990 e que trazia uma homenagem ao cantor – e amigo de infância – Tim Maia e à agência W/Brasil.
O cantor está confirmado como uma das atrações principais do Festival Bananada, que acontece em Goiânia no mes de Maio desse ano.