A vitoriosa trajetória de Filadelfo Borges de Lima
Diário da Manhã
Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 01:22 | Atualizado há 9 anosUma brisa pressurosa anunciava a alvorada radiante de um novo amanhecer na então pequena e pacata cidade de Jataí, incrustada nas barrancas do Rio Claro no Sudoeste de Goiás. As badaladas do sino do relógio da igreja matriz caiam sobre o céu das almas como verdadeira melodia de amor assinalando seis horas e trinta minutos naquela manhã de orvalhos e pingos verdes do dia 31 de julho de 1944. Jubiloso e feliz o lar humilde e generoso do comerciante Joaquim Borges de Oliveira e de sua amada Maria Clara de Oliveira Lima acabava de ser agraciado com a chegada de seu segundo rebento varão fruto daquela harmoniosa e duradoura união conjugal.
Ao vir a lume na residência do casal Maria Júlia e Carmino Pedrosa antigo relojoeiro da cidade apiária, situada ali na confluência da Avenida Goiás com a Rua Rio Grande do Sul o fez através das mãos abençoadas do competente médico e laureado político regional doutor Serafim de Carvalho. Revestindo-se na indumentária física masculina, aquele espírito de escol, viajor da eternidade e cidadão do universo aportou à nossa nave planetária trazendo em sua bagagem a sublime missão de deitar a luz do saber e do conhecimento no coração da humanidade.
Vigoroso e forte o robusto garoto e que também haveria de “crescer em estatura, graça e sabedoria diante de Deus e dos homens”, recebeu na pia batismal e no cartório de registro civil o nome de Filadelfo Borges de Lima que o imortalizaria eternidade afora. A sua, vaticinavam os anjos protetores de sua vida haveria de ser a senda de uma trajetória de lutas acerbas e de pesados sacrifícios a ser por ele percorrida com passos estugados e firmes até alcançar com sucesso e pleno êxito o honroso patamar da vitória dos justos.
Em tenra idade e nos albores da infância primaveril fora matriculado no Instituto Samuel Graham, colégio presbiteriano e inegavelmente uma das mais bem conceituadas e laureadas instituições de ensino do Centro Oeste Brasileiro. Jornadeando ali pelas cercanias daquele educandário de luz então emoldurado de uma paisagem campesina de indizível beleza natural e perseguindo o mesmo objetivo de avançar na direção do bem, foi que tivemos a grata ventura de conhecer aquele garoto alegre, brincalhão e sorridente.
Desde a infância Filadelfo como Maguito Vilela, Hildo Carvalho, Jesus Prado e o médico Adylson Nery de Carvalho que demandou a cidade do Rio de Janeiro para aperfeiçoar-se na arte de curar, um apaixonado e aguerrido torcedor do Fluminense carioca de gloriosas e honradas tradições. Grandalhão, irrequieto, meio intempestivo e audacioso na prática do futebol nunca passou de um sofrível lateral. Sem rótulo religioso e sem ostentação vazia hauriu as primeiras luzes do Evangelho regenerador de Cristo nas raízes do protestantismo liberal vivenciado intensamente no ISG, a veneranda instituição de ensino que juntos aprendemos a amar.
O que jamais poderíamos imaginar é que aquele menino falante, audacioso, adepto fervoroso do contraditório e do debate das ideias, cumprido e de calças curtas no uniforme verde e branco do ISG, viesse um dia rompendo barreiras e quebrando paradigmas a transformar-se em um dos maiores, senão no maior intelectual do Sudoeste Goiano. A irreverência e a indisciplina, próprias das almas grandiosas que anelam alçar voos mais altos nas asas do amor e da sabedoria e que nunca se deixam ser amordaçadas pela rigidez de determinadas normas de conduta da sociedade sempre foram amigas inseparáveis de sua brilhante e ousada personalidade. Em dado momento de sua carreira estudantil quando recrudesciam as reclamações a respeito de seu comportamento na escola seu austero genitor, com energia e serena coragem, a título de castigo educativo decide transferi-lo para o internato do Colégio Salesiano de Auto Araguaia uma das instituições de ensino mais bem conceituadas da época. Era tudo o que ele desejava imaginando que lá no internato mato-grossense pudesse jogar futebol à vontade. Embora extremamente polido, educado, generoso e trazendo em sua bagagem um forte e doce sentimento de religiosidade seu Joaquim que fora igualmente pai extremoso de Lázaro Borges de Lima, Suzana Borges de Lima, Renato Borges de Lima e Ernesto Borges de Lima, os dois últimos já no Oriente Eterno, nunca ensinou religião aos filhos. O tempo passava celeremente e Filadelfo de regresso à cidade natal voltou a estudar e trabalhar na loja com o pai. Ávido por poder caminhar livre e avançando sempre na direção do bem encontra prosperidade material, moral, intelectual e espiritual presta concurso público e, logrando aprovação, em 1970 foi nomeado e empossado como coletor fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás. Com a segurança e estabilidade no emprego estava aberta a perspectiva de realizar o grande sonho de casar-se e constituir família. E na linha desde raciocino certa feita a convite de seu amigo e correligionário político deputado estadual Sidney Ferreira, demanda a vizinha e hospitaleira cidade de Mineiros para participar de um evento político. Jubiloso e feliz aceitou o generoso e amorável convite levando consigno a firme convicção de que lá arranjaria uma namorada.
Aportando-se àquela hospitaleira e portentosa urbe conheceu a bela e encantadora garota Ilsa Rezende Machado oriunda da tradicional família Carrijo com quem se consorciaria matrimonialmente dois anos mais tarde e que haveria de acrescentar ao seu nome o apelido de família do marido, passando a chamar-se e assinar-se Ilsa Rezende Machado Lima. Desta harmoniosa e duradora união ocorrida em 17 de outubro de 1970, adveio o nascimento dos filhos Joaquim Borges de Oliveira Neto, Administrador de Agronegócio, Patrícia Machado Borges de Lima Garcia, odontóloga e Fernando Machado Borges de Lima jornalista e de consequência os netos Mariana, Davi e Eloá os grandes xodós do vovô coruja. Ao depois de iniciar-se na Soberana Ordem Maçônica Universal em 29 de abril de 1976, nosso ilustre personagem, por merecimento, tornou-se orador, primeiro e segundo vigilante, secretário, deputado estadual e deputado federal da Augusta e Respeitável Loja Maçônica Estrela Rioverdense. Sábio e inteligente aquele venerando e ilustre benfeitor da humanidade, que um dia fora alçado ao grau 33, o mais elevado da maçonaria universal ufana-se de haver sido fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Rio Verde e da Academia de Letras, Arte e Ofícios da cidade que escolheu para estabelecer morada com animus definitivo e criar sua família.
Extremamente agradecido dirigimo-nos aos ilustres leitores que, generosos e amáveis honram e dignificam-nos com as presenças das suas ausências lendo e comentando os singelos e descoloridos artigos de nossa humilde lavra. Com respeito e humildade cumpre-nos informar que certa feita, fomos agraciado imerecidamente com a bem aventurada oportunidade de prefaciar a pequena grande obra do nosso venerando homenageado intitulada “Jataí do Meu Tempo”. Ao fazê-lo com indizível alegria e estrema sinceridade procuramos ali estratificar a luminosidade e grandeza da alma nobre e encantadora do grande líder, do inteligente e culto escritor, do extraordinário tribuno, do orador convincente e imaginoso, do fraterno e amorável mestre maçon, do bom filho, do marido e companheiro fiel, do pai de família extremoso e de um exemplar humano de raríssimas qualidades morais. Objetivando demonstrar esta cristalina verdade haveremos de trazer a lume nos próximos dias o humilde prefácio daquela portentosa obra literária. Por derradeiro e para orgulho dos jataienses e alegria dos ilustres leitores do Diário da Manhã tomamos a liberdade de informar que o venerando Filadelfo Borges de Lima, imortal da Academia Letras, Artes e Ofícios de Rio Verde é o mais novo articulista deste conceituado órgão de imprensa comandado pelo inigualável Batista Custódio. Seja muito bem-vindo Filadelfo.
(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)