Cotidiano

Presos fazem de prisão colônia de férias

Diário da Manhã

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 22:46 | Atualizado há 9 anos

 

Detentos da Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, gravam vídeo mostrando festa organizada por eles dentro de uma das celas, no Bloco 2 B do presídio, e divulgam nas redes sociais. Após autoridades tomarem conhecimento do vídeo presos passam por revista.

No vídeo os presos aparecem cantando e dançando ao som da música “Baile de Favela”, do músico MC João em que dão “um salve” para as regiões de Goiânia como Vila Brasília, Vera Cruz I, Jardim Guanabara e Jardim Novo Mundo seguida do refrão “baile de favela”. É possível ver ainda detentos com copos e cigarros nas mãos enquanto se divertem na prisão.

Conforme informações divulgadas pela imprensa a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que o vídeo foi feito pelos “encarcerados” e assim que o órgão tomou conhecimento do conteúdo do vídeo fizeram a identificação dos presos e a cela onde promoveram a festa passou por revista.

A Seap informou à imprensa que durante a revista nas celas três presos teriam resistido e ameaçado os servidores com armas feitas dentro do presídio de forma artesanal. Estes, por sua vez, durante a resistência que acabou em conflito foram feridos com balas de borracha e levados à Polícia Civil para serem autuados por resistência.

Acrescentaram ainda que os detentos estão sendo submetidos à sanção disciplinar, os quais foram isolados e estão sem o direito de receber visitas. A Seap não soube informar quando o vídeo foi filmado nem como foi postado nas redes sociais. Contudo, de acordo com fontes informais, obviamente, foram os próprios presos que gravaram e postaram o vídeo, porque estes têm acesso irrestrito a estas ferramentas nas celas.

“Eles (os criminosos) têm seus perfis nas redes sociais e eles mesmos publicam, têm acesso livre a estas ferramentas. Devido à falta de efetivo o sistema é falho, eles não tem controle. A segurança tem capacidade de bloquear os celulares, mas não o fazem com medo da reação dos presos que podem se rebelar isso é devido à falta de efetivo de agentes prisionais”, informou fonte que preferiu não ser identificada.

O agente penitenciário informou ainda que em relação ao aparato visto no vídeo, ostentado pelos criminosos, infelizmente essa é uma realidade que deveria surpreender, mas não surpreende porque, não raro, são muitas as facilidades dadas para que eles tenham acesso a toda a parafernália.  “Se for fazer uma vistoria lá dentro do presídio é possível encontrar muitas armas artesanal fabricadas pelos presos”, afirma.

Acesso liberado

De acordo com declarações obtidas pelo agente penitenciário são dois os principais fatores que contribuem para que os presos tenham acesso a regalias dentro da prisão: as revistas ineficiente, realizadas por alguns vigilantes penitenciários, e através das cantinas dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP), as quais são administradas pelos próprios presos.

“Ao invés de contratar agentes prisionais efetivos através de concurso com uma formação adequada eles preferem contratar o Vigilantes Penitenciários Temporários (VPT) por ser uma mão de obra mais barata e o curso de formação destes tem menor duração e não os qualifica, de fato, para o exercício da profissão. E com isso, o sistema fica mais falho ainda devido esses funcionários se corromperem facilitando a entrada de bebidas, celulares, chips de celular e drogas”, conclui.

Última festa

Detento que participou de festa na cela é morto na CPP por causa de uma rixa antiga. Com base em informações divulgadas pela imprensa um dos detentos da Casa de Prisão Provisória (CPP), que apareceu no vídeo da festa improvisada dentro de uma cela, teria sido morto ontem (23), no presídio. A vítima teria sido agredida com um chucho (punhal feito artesanalmente) por outro detento.

E o crime ocorrido por que um dos presidiários que aparece nas gravações teria uma rixa antiga com o suspeito. E ao ser colocado na mesma cela que seu parceiro de cárcere que teria uma rixa antiga com o preso que participou da festa na cadeia, acabou sendo morto.

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