Política

Lava-jato afeta famílias dos envolvidos

Redação DM

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 01:02 | Atualizado há 6 meses

Ao pedir a prisão do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, trouxe à tona não apenas a vida pública do casal. Mas acima de tudo a privada. E revelou um fato espantoso: supostos criminosos têm agido com a anuência das esposas.  Se confirmadas as denúncias, seria o mesmo que os dois publicitários atualizarem as imagens de Bonnie and Clyde.

Em meio a uma anunciada investigação repleta de acareações, tudo enfim concorre neste exato momento para a destruição da família.  E tudo começou com um bilhete assinado por Mônica, a sétima esposa de João, que, conforme Moro, saberia do dolo que cometia.

Assim como cada casal que entrou no furacão investigativo até agora, é possível prever o custo assombroso dos fatos incontroversos na vida de Mônica e João Santana: queira ou não, a operação da polícia vai marcar para sempre os envolvidos.

Nos bastidores dizem que é Mônica quem ataca quando o marido sofre alguma crítica. Agora, até que se apresente para a Polícia Federal, ela é também uma foragida.

Se João e Mônica parecem ser o meio da trama da Lava-jato, lá no início as estruturas familiares também se abalaram.

Recentemente, o Estado determinou o bloqueio das contas pessoais e das empresas do doleiro Alberto Youssef – justamente a ponta do novelo que gerou todo alvoroço da Operação Lava-jato.

A família de Youssef denunciou  intimidações e ameaças veladas feitas às filhas. O doleiro tem família e uma suposta ex-amante, que chegou a posar nua para a revista “Playboy” e afirma que conviveu com ele por quatro anos.

Em acordo de delação premiada finalizado em 2015, Yousseff perdeu parte significativa dos seus bens. O acordo prevê que ele transfira para a União imóveis, veículos e participações em empresas.

Com o acordo, o suspeito de operar a Lava-jato ficará preso mais quatro anos e contará com progressão diretamente para o regime aberto, sem passar pelo semiaberto.

A vida privada de Yousseff, no entanto, foi para o espaço. Ele manteve relacionamentos extraconjugais também com a doleira Nelma Kodama. Ela foi condenada a 18 anos de prisão por diversos crimes de corrupção e quando questionada sobre seu relacionamento com ele canta a música “Amada amante”, de Roberto Carlos.

Devido ao seu namoro com a modelo Taiana Camargo, e supostamente com Kodama, a sua esposa  Joana D’Arc Fernandes da Silva Youssef entrou com processo de divórcio.

No ano passado, ela chegou a ter penhoradas suas joias após decisão da Justiça.

A única vencedora nesta história, pelo menos em parte, foi a modelo Taiana Camargo, capa da revista “Playboy” em janeiro de 2015. Como amante, ela não tinha nada a perder.

Segundo a Polícia Federal, o número de Camargo apareceu 10.222 no celular de Youssef entre 2010 e 2013. Como se vê, era um amor pra lá de quente! E rentável.

Menos correta do que a capa da Playboy, a amante Mônica Santos mandou carta ameaçando o empreiteiro Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC Engenharia. Para não falar nada, a moça cobrou R$ 1,55 milhão. “Não estou lhe extorquindo e nem lhe chantageando e não tenho medo de sua pessoa e de suas ameaças, porque a ameaçada moralmente aqui está sendo eu”, disse a suposta amante.

 

DESESPERO

Quando a esposa não é parte da estrutura, ocorre o inverso: ela não sabe se distanciar dos fatos: Maika, esposa de Delcídio Amaral, chegou a assustar a estrutura petista. Ela disse que o marido fez tudo a mando da presidente Dilma Rousseff.

Já a filha saiu em defesa do senador detido: “O meu pai é e sempre será o meu herói, a minha fortaleza e tenho orgulho de dizer que ele é o exemplo da minha vida!”

A família de  Delcídio está tão desesperada que entrou com uma ação: ela quer defender seus integrantes do que chamam de “estratégia sórdida” para destruir a família.

A esposa entrou, por exemplo, com uma ação contra o empresário e pecuarista Alfredo Zamlutti Neto após este ter postado supostas ofensas postadas nas redes sociais. O suposto texto de Alfredo  é agressivo: “oq essa vagabunda mulher de um ladrão fracassado que a mãe vivia pedindo favor ta curtindo suas fotos?? vou te ensinar a bloquear pq sei q vc não quer graça essa piranha”.

Pelo teor se percebe que a resposta social é bruta e não respeita a família.

 

MAIS CONTROLADO

Menos problemática é a situação de Marcelo Odebrecht. Sua mulher, Isabela,  tem feito todos os esforços para amenizar a realidade do esposa, preso desde o ano passado.

As três filhas do casal também sentem saudades do pai. Até agora todos têm agido de forma irrepreensível, sem baixarias ou qualquer ato que seja pouco delicado. A esposa chega sempre na sexta-feira levando bens materiais que possam lembrá-lo de como era bom lá fora. Do ponto de vista estrutural, jamais disse qualquer coisa que possa colocar em risco o casal. Das esposas dos envolvidos, com certeza, é a que menos parece saber das falcatruas investigadas.


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias