Política

Três caminhos para o PMDB em Goiânia

Diário da Manhã

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 21:36 | Atualizado há 4 meses

O ex-prefeito Iris Rezende é disparado o melhor nome do PMDB para a disputa da prefeitura de Goiânia. É também o favorito. Pesquisas internas no PMDB e no governo do Estado o colocam à frente em todos os levantamentos. Mas após a reviravolta no comando do partido, com a eleição do deputado federal Daniel Vilela para a presidência do Diretório Estadual, os iristas, e o próprio Iris, avaliam que pode haver mudanças no projeto do partido na capital.

Em coletiva à imprensa, Iris Rezende disse textualmente que pode não ser candidato a prefeito. “Ainda não estou cogitando isso. Tenho que ser muito cauteloso para tomar decisões políticas. Agora, eu tenho procurado abrir espaço e colocar a juventude na frente.  (…) Então, nós temos que botar a juventude para participar, para assumir liderança. Tudo tem um limite na vida e acho que meu limite está chegando”, frisa.

Se Iris não for candidato, quem poderá ser? Nesta hipótese, não falta quem defenda que o próprio Daniel Vilela seja candidato. Foi vereador por Goiânia, é jovem e faria de 2016 um pulo para 2018. Mas e se Daniel não quiser. Neste caso, há peemedebistas que propõe tratativas pela volta do ex-prefeito Vanderlan Cardoso para o PMDB.

Este cenário de nomes e possibilidades está em franco debate no PMDB, pois o partido que sempre foi comandado por Iris agora tem mesmo uma nova direção que não se reportar mais ao líder maior, e é por isto que o próprio Iris está avaliando o seu papel na disputa.

Quando Iris diz que pode não ser candidato, qual recado está enviando para o PMDB? Desde que trouxe Ronaldo Caiado para compor chapa em 2014, o ex-prefeito Iris Rezende só tinha um objetivo: derrotar o governador Marconi Perillo. Iris não venceu, mas Caiado foi eleito senador e coloca-se numa posição favorável para disputar a sucessão do governador Marconi Perillo. Nestas condições a eleição de Iris para prefeitura de Goiânia é importante para demarcar território para oposição, viabilizando a própria candidatura de Ronaldo Caiado em 2018. Este projeto, no entanto, fica prejudicado com a eleição de Daniel Vilela à presidência do PMDB, sendo ele próprio virtual candidato à sucessão de Marconi.

Vanderlan e Daniel

Se Iris for candidato a prefeito, provavelmente irá manter a negociação com Caiado, e neste caso, fica fora de seu leque de alianças o PT do prefeito Paulo Garcia. O que se desenha é uma repetição da chapa de 2014, quando Iris foi candidato ao governo tendo na vice o deputado federal Armando Vergílio (SDD) e o DEM de Ronaldo Caiado no Senado. No caso da prefeitura, seria Iris prefeito e o deputado federal Lucas Vergílio (SDD) na vice. Por que esta preferência do Solidariedade na vice? Porque confirmada a vitória de Iris nas urnas,  Lucas assume como vice-prefeito e deixa a cadeira de deputado federal para a primeira-suplente da chapa, Iris de Araújo.

É dentro deste entendimento que alguns iristas veem a possibilidade do próprio Iris apoiar a candidatura de Daniel Vilela à prefeitura de Goiânia: eleito, Daniel sede a vaga de deputado para Iris Araújo, e deixa o próprio Iris livre para articulação da chapa de 2018. Embora não negue o apresso pela cadeira de prefeito de Goiânia, o que Iris quer mesmo é a alternância do poder no Palácio das Esmeraldas. Este é o seu combustível na política e em favor disto aceita pactuar acordos.

O cavalo está arriado para Iris Rezende e para Daniel Viela, mas corre o risco de nenhum dos dois montar na garupa. E o PMDB, como fica? É neste contexto que o nome do ex-prefeito de Senador Canedo volta à baila. Vanderlan Cardoso já foi filiado ao PMDB com a pretensão de ser o candidato do partido em 2014. Não deu certo. Ele voltou para o seu partido, o PR, e com a saída de Júnior Friboi do PSB, abraçou o partido do finado candidato à presidência, Eduardo Campos. Vanderlan topa voltar para o PMDB? Provavelmente não, pois, assim como Friboi, viu as dificuldades que sofrem os “cristãos-novos” na legenda. Mas em política, o impossível pode tornar-se possível e seu nome frequenta muitas bocas no partido.

Com Daniel Vilela no comando do partido está mantida a aliança entre PMDB e PT, que já deu certo em Goiânia e em Aparecida de Goiânia. Com Iris candidato, a aliança está desfeita e o aliado preferencial do PMDB passa a ser o DEM de Ronaldo Caiado e o Solidariedade de Armando Vergílio. Sob a direção de Daniel Vilela, o senador Ronaldo Caiado não será o candidato a governador do PMDB, mas isto não quer dizer que o grupo de Daniel Vilela não queira o DEM no palanque em 2018.

O jogo no PMDB está mais complexo. Não é simples como em 2010 e 2014 quando Iris deu as cartas. Há mais atores envolvidos, como o próprio prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, cotado para ser candidato ao Senado e até ao governo do Estado. A definição sobre a chapa de Goiânia terá impactos sobre os rumos do PMDB em todo o Estado nesta e na próxima eleição. Com Iris, ou sem Iris, não faltam alternativas ao partido.

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