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“O Último dos Moicanos”

Redação DM

Publicado em 10 de março de 2016 às 01:47 | Atualizado há 9 anos

Com o famoso título de “O Último dos Moicanos,” que retrata uma grande história ambientada em 1757 em terras americanas, James Finemore Cooper, com razão, foi reverenciado como um dos maiores escritores da América do Norte. Materializada em livro e depois em filme e música, é uma portentosa obra de incomensurável valor artístico literário e, segundo os estudiosos da matéria, cheia de heroísmo, de sacrifício, honra, amor e tantos outros inomináveis sentimentos de dignidade e nobreza.
Ouso aqui apenas plagiar, sem o mesmo brilhantismo do renomado escriba, o título de sua obra imortal, para render tosca, singela, descolorida mas sincera e merecida homenagem ao meu saudoso tio Alceu Vilela, irmão caçula do meu saudoso pai Joaquim. De minha humilde e singela lavra atrevo trazer a lume pequenos dados biográficos ou simples informações daquele que carinhosamente diria ser O Último dos Vilelas de sua geração, a permanecer entre nós. Simples assim:
Aguardado com imensa expectativa o ano de 1918, chegara renovando as esperanças da gente humilde do município da então pequena Jataí, incrustada nas barrancas do Rio Claro, hoje uma portentosa e hospitaleira urbe que orgulha o povo do Sudoeste de Goiás. Exatamente a 29 de janeiro daquele ano o lar humilde e generoso do casal Sebastião Vilela, pequeno produtor rural, e da dona de casa Leocádia Vilela, agraciado, abriu os braços do coração para acolher fraternalmente o último de seus filhos varões. Veio à luz um robusto garoto que fora batizado e registrado com o nome de Alceu Vilela, que, com o falecimento prematuro da irmã Maria de Lourdes, passou a ser o caçula daquela prole numerosa e carinhosamente muito estimada na cidade abelha.
Ao aportar-se ao mundo físico para aqui construir com luta, humildade e com as lágrimas do próprio sacrifício uma trajetória singela de homem honrado e trabalhador, o tio Alceu já encontrou seus irmãos filhos: Olegário, Irineu, Orosimbo, Osvaldo, Jerônimo, Ambrosina, Izabel, Maria, Maria de Lourdes e Joaquim de Moraes Vilela, este último meu estimado genitor. A sua haveria de ser, como efetivamente foi, a senda da trajetória de um pequeno produtor rural do Sudoeste goiano permeada como todas as lutas, conquistas consolidadas e muitas vitórias.
Ainda jovem, aquele moço simpático, virtuoso e elegante antes da chegada da primavera, a 6 de setembro de….., desposou sua bela e amada Eleusa Lima Vilela, com quem conviveu durante ….anos até o dia 26 de janeiro de 2011, quando ela, a meu ver prematuramente, deixou o plano físico e retornou à pátria espiritual.
Desta fraterna, duradoura e harmoniosa união adveio o nascimento dos seguintes filhos: Norma Vilela Alves dos Santos, casada com o doutor Dario Alves dos Santos; Maria de Lourdes Vilela Bueno, casada com Evandro da Costa Bueno; Lupércio Vilela de Lima, casado com Veranice Maria de Assis; Célio Vilela de Lima, casado com Maria das Dores Vilela e Cleusa Vilela de Lima, casada com Henrique Garcia Araújo.
Esta prole numerosa e educada fraternalmente à luz dos princípios cristãos, norteadores da boa conduta humana, deu origem a 15 netos e 27 bisnetos, razões primeiras da permanente alegria do inesquecível patriarca da família. Advindo de berço católico, criou os filhos procurando nortear suas condutas conforme os princípios da doutrina cristã, trazendo sempre consigo a alvissareira esperança de transformá-los em homens e mulheres de bem. Sem ostentação vazia, sem fanatismo ou preconceito religioso e cultivando fervorosa e inquebrantável fé em Deus, no homem e nos destinos da humanidade, gostava de frequentar as reuniões públicas do Centro Espírita Casa do Caminho, em Jataí, para assistir palestras.
Ouso fazer bem presente à memória dos nossos ilustres leitores a imagem imorredoira do bom filho, do companheiro leal, do amigo fiel, do excelente marido, do carinhoso avô e bisavô, do pai de família exemplar e do extraordinário exemplar humano de raríssimas qualidades morais que durante anos ornamentou a indumentária física de Alceu Vilela.
Ao aceitar o amorável convite da outra dimensão da vida em 1º de março de 2016, Alceu Vilela deixa o nosso amorável convívio e vai habitar uma das muitas moradas da Casa do Pai deixando uma lacuna impreenchível e uma imensa saudade em nossos corações.

(Maguito Vilela, ex-governador de Goiás, prefeito de Aparecida de Goiânia e sobrinho de Alceu Vilela)

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