Testamento de bens digitais
Redação DM
Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 22:29 | Atualizado há 10 anos
O que acontece com as nossas contas nas mídias sociais quando morremos?
Você já deve ter se perguntado o que acontece com todas as nossas páginas de blogs, twitter, wahtsapp, Facebook, Orkut e tantas outras redes sociais, quando falecemos.
O nome disso se é legado digital pós-morte, que na verdade é soma de tudo aquilo que deixamos na web quando passamos para o andar de cima.
No Facebook, existem algumas opções. Apresentando documentos que comprovem o óbito, a família pode entrar com um pedido para que o perfil seja apagado ou para que a página se transforme em um memorial. Neste segundo caso, o perfil se mantém intacto, mas não pode mais ser adicionado como amigo, nem fazer novas postagens.
Outra opção, que não conta com o aval da rede social, é algum familiar assumir o perfil do falecido e passar a postar em nome dele.
A questão principal de tudo é o fato de não haver mais ninguém para gerenciar o conteúdo e a conta da pessoa que se foi. Se algum familiar souber a senha, pode apagar esse material digital ou transformá-lo num memorial. Mas qual o desejo da pessoa?
Pensando nisso uma empresa americana que é especializada em criar testamentos, vontades para propriedades digitais, lançou o legacy locker, um testamento em que o dono do conteúdo diz o que deve ser feito com seus “bens digitais”.
Olhando um pouco o site da Legacy Locker, faz muito sentido o que eles afirmam. O seguro, previdência e outros sistemas protegem o que é seu: seu carro, seu dinheiro, sua casa e garante que se alguma coisa acontecer a você, seu familiares receberão partes de cada bem. Mas o que acontece se algum desses bens for uma página no Facebook ou uma conta no Twitter?
Enquanto ainda não existe uma legislação específica para esse tipo de coisa, muitas vezes ficamos sem saber o que fazer.
Pode contratar um advogado ou tentar entrar em contato com a empresa fornecedora do serviço. Você pode deixar de herança as fazendinhas virtuais.
Há também o luto na rede. O luto digital mostrou sua força global. Somente algumas horas depois de anunciada a trágica queda do avião da Malaysia Airlines sobre o Leste da Ucrânia, matando 298 pessoas, parentes e amigos de muitos deles iniciaram uma corrente de posts de despedida que se espalharam pela internet. Um texto postado por um dos passageiros que desistiram do voo – um holandês que publicou em sua página no Twitter uma foto do avião em que embarcaria – acompanhado de uma mensagem que fazia referência ao avião da Malaysia sumido em março, no qual ele também quase embarcou, foi compartilhado por centenas de milhares de internautas mundo afora. Sempre com palavras de luto e pesar.
As redes se tornam um só tempo de canais de informação e homenagem. Há também o velório virtual. O velório virtual é um serviço oferecido pela empresa Urbam ás famílias que utilizam qualquer uma das quatro salas de velório do Complexo Funerário de São José dos Campos. Este é um recurso moderno e inovador por meio do qual as famílias podem fazer uso da tecnologia para romper a barreira da distância física, permitindo àqueles que estão longe compartilhar do momento de despedida do ente querido. A partir de uma câmera conectada à pagina de internet da URBAM são disponibilizadas imagens do velório em tempo real. Também é possível enviar mensagens de condolências para a família através do link de e-mail.
O serviço de velório virtual só é liberado quando a família autoriza a transmissão junto à administração da Funerária. Para visualizar o Velório em tempo real, clique no símbolo correspondente a câmera da sala desejada. Caso seja solicitada a instalação do plugin da câmera, é necessário aceitar a instalação para a visualização da imagem em seu computador. Descanse em off.
(André Junior, membro da UBE – União Brasileira de Escritores – Goiás. [email protected])