Por favor, só add com scrap
Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 22:05 | Atualizado há 4 meses
Em fevereiro de 2004 entrava na rede uma rede social que se tornaria uma febre criada pelo engenheiro turco Orkut Büyükkökten. Esse estado de febre não foi lá muito passageiro, estamos falando do saudoso Orkut. Fotos,scraps, depoimentos, abraços carinhosos no BuddyPoke, grandes plantações no Colheita Feliz, todos que usaram essa rede social tem alguma lembrança.
Os mais saudosos até criaram páginas no substituto facebook,e olha que não são poucas. São centenas de páginas e grupos com a temática “Saudades Orkut”. Nelas dá pra encontrar as postagens mais cômicas da extinta rede social e até umas “manhas” para recuperar conteúdos de seu Orkut.
Por falar em recuperar dados do Orkut, se isso te interessa, corra, pois o prazo é até setembro desse ano. Até essa data existirá ferramentas que possibilitem esse acesso, depois o endereço será extinto.
Em um comunicado publicado em 30 de junho de 2014, o Google anunciou que iria descontinuar a rede social a partir do dia 30 de setembro, iria acabar os 10 anos de reinado dessa poderosa rede de relações.
Muitos estudos foram desenvolvidos no auge da rede social Orkut, e hoje, os impactos de sua relativamente breve passagem pelo mundo ainda são analisados. Em agosto de 2011, a rede social contava com mais de 29 milhões de usuários só no Brasil. Esse fenômeno fez com que o nome da rede social fosse pronunciado o tempo todo em qualquer tipo de conversa entre pessoas de qualquer idade.
Para a comunicadora Fabíola Cunha, em artigo científico chamado O indivíduo (re) construído nas redes sociais, de 2010, a grande adesão à rede social se deve ao fato de os usuários poderem criar e controlar suas máscaras de exibição diante da sociedade, interagindo de forma virtual. “Ao escolher uma determinada fotografia ou citação (no campo “quem sou eu” do perfil) o indivíduo apresenta-se aos outros usuários como aquilo que quer ser”, afirma.
A organização das próprias ações em ordem cronológica e o registro de conversas, declarações de amor, e discussões antigas é outro fato a favor da rede social, que conquistou tamanha devoção. “Embora o orkut não funcione como um diário, permite a reorganização da história individual, personalizando e destacando preferências, opiniões acerca de assuntos variados, desejos e motivações” completa a comunicadora Fabíola Cunha.
‘Eu descobri pelo Orkut’
A psicóloga Maria Engel de Oliveira em sua defesa de mestrado utiliza do tema infidelidade para analisar as mudanças de comportamento das pessoas diante do Orkut, a então nova ferramenta de relacionamentos sociais à distância. A dinâmica do ciúme muda quando o resultado do acesso às novas informações vai se tornando comum.
“No orkut existe uma liberdade de acesso por parte dos seus membros às informações pessoais, fotos e mensagens que são trocadas. A possibilidade de visualização de conteúdos que possam denunciar a infidelidade ou a traição por parte de alguém é muito grande”, afirma Marina Engel.
Maria Engel ainda noticia a existência de uma comunidade específica para descoberta de adultérios, que serviu de análise para parte de sua pesquisa. Essas pesquisas serviram para redefinir os elementos considerados como traição pela atual geração “Quinze depoimentos da comunidade ‘Eu descobri pelo Orkut’ também foram analisados”.
Os novos comportamentos da geração que acessa redes sociais já são discutidos e analisados na dinâmica do relacionamento. “Os resultados revelaram principalmente que a troca de mensagens mais ardentes, carinhosas ou “ilícitas” pelo Orkut é considerada como traição pelos sujeitos, assim como a visualização de fotos de outros homens e mulheres”, conclui. Em relação ao facebook muitas dessas características podem sem observadas, o engraçado do Orkut é que tudo isso era mais escrachado.