Cultura

Zack de la Rocha

Redação DM

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 22:14 | Atualizado há 5 meses

 Canções de protesto, instrumental forte e inspiração nos vocais fortes e provocativos do rap formam o Rage Against The Machine

Rage Against The Machine (RATM) é uma das bandas mais respeitadas da década de 90. Qualidade musical e força na ideologia política formaram um verdadeiro molotov artístico. Eles apresentavam o melhor rap-rock já feito desde que esses dois gêneros passaram a andar juntos. A voz que representa o RATM é a de Zack de la Rocha.

 O RATM ainda entoa na voz revoltosa da juventude e olha que Zack completou 45 anos essa semana. Um cara nascido nos Estados Unidos, filho de mexicanos, mas que não compartilhava com a gente de sua origem uma história de batalha longe do país natal. A família de Zack detinha algum poder econômico, pessoas estudadas, portanto economicamente era um cidadão americano de classe média alta.

Zack passou sua juventude em um subúrbio nos EUA. Seu pai também era ligado a movimentos artísticos, um nome respeitado das artes plásticas, Beto de la Rocha. A arte de Beto eram principalmente murais que cobravam o espaço da arte “chicana”.

Quando garoto Zack frequentava boas escolas, morava em um bairro tranquilo, mas não se sentia confortável na realidade que vivia, como ele mesmo relata ”Nunca me senti totalmente aceito como um desses garotos brancos e ricos de subúrbio. Eu nunca tive problemas econômicos como muitos dos meus irmãos e irmãs mexicanos, mas eu sentia a tensão e a rejeição e então foi quando eu comecei com o hip-hop.”

PORRADA NO OUVIDO SAINDO DA GUITARRA

O RATM lançou como grupo apenas quatro discos mas que foram suficientes para consagrá-los eternamente no mundo da música. O disco de estreia que levava o nome da banda foi um sucesso estrondoso, foi tiro, porrada e bomba, isso lá no comecinho dos noventa, no ano de 1992. A formação da banda é por Zack, Tom Morello na guitarra, Tim Commeford no baixo e Brad Wilk na batera.

Foi um tempo considerável sem lançar nada, mas em 96 veio o “Evil Empire”. Império do mal, nome do disco obviamente de esquerda, porquê é um termo que os EUA usavam pra se referir a famigerada União Socialista Soviética. A ideologia de esquerda sempre foi parte das construções do grupo.

Três anos depois mais um disco do Rage, “The Battle Of Los Angeles”. Esse disco teve até direito de música constando na trilha sonora do clássico do cinema moderno “Matrix”. A música da trilha é “Calm like a bomb”.No ano 2000 teve o “Renegades”, esse disco é um compilado de  covers de músicas que inspiraram o RATM. Até tocando música alheia os caras são mitos, nesse álbum teve Stones, Stooges, MC5, Afrika Bambaataa, mais uma galera que foi parte da construção do Rage.

Infelizmente a ebulição artística e ideológica que formaram o Rage também trouxe muitas tretas, inclusive na hora de lançar o “Renegades”. Zack decidiu chutar o balde e deixar o grupo por considerar que eles já não estavam em sintonia pessoal, musical e política.

Em 2007 resolveram juntar novamente pra matar a saudade da galera. Mas a falta de sintonia não tinha mais conserto. Eles não conseguiram engrenar novos projetos e as tensões e discordâncias continuaram rolando. Na época da separação do grupo Zack até tentou uns projetos paralelos, mas concretamente nada foi lançado.

No festival de música SWU em 2010, teve showzaço do Rage, gente do Brasil todo foi até São Paulo pra ver de perto os caras. E foi pura emoção para os presentes, inclusive a galera do Rage incitou o público da área “comum” a invadir o espaço

, onde o ingresso custava uma fortuna. Zack colocou um bonezinho do MST durante o show, nessa hora o multishow que transmitia a apresentação deixou cair a transmissão. Ops.

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