O Pai das fadas
Redação DM
Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 21:41 | Atualizado há 8 meses
Nascido na França por volta de 1628, Charles Perrault foi um advogado e escritor francês, além de ter sido assistente de Colbert, conselheiro do rei Luís XIV. Perrault era filho de Pierre Perraul e Paquette Le Clerc, sua mãe era vinda da alta burguesia da França. Foi Charles também quem ordenou a constução do Observatório Real, a partir das plantas feitas por seu irmão Claude, um renomado arquiteto da época. Terminou seus estudos sozinho pois havia se desentendido com um professor, ingressou na faculdade de direito e, aos 23 anos certificou-se como advogado. Antes de tornar-se assessor de Colbert, Charles publicou uma série de odes em homenagem ao rei Luís XIV. Foi também superintendente das obras publicadas no reino. Em 1971 foi indicado à Academia Francesa de Letras, na cerimônia, permitiu que a visitação fosse aberta ao público. Feito que se repete até os dias de hoje. No ano seguinte fora nomeado chanceler.
Na Academia Francesa de Letras, Charles fora representante do movimento da Querela dos Modernos, representando a classe de escritores que acreditava que a literatura francesa se equiparava aos grandes escritores greco-romanos, ao contrário da Querela dos Antigos, que pregava a supremacia da literatura greco-romana sobre toda e qualquer escrita francesa.
Já idoso, chegando á casa de seus sessenta e nove anos, Charles dedicou-se a escrever contos sobre as histórias que ouvia de sua mãe nos salões parisienses. Os contos foram publicados no livro intitulado Histórias ou Contos do Tempo Passado com Moralidades, também chamados de “Contos da Cegonha, “Contos da velha” e “Contos da Mamãe Gansa”. Sua publicação alcançou patamares impensáveis, rompendo as fronteiras da França, sendo veiculado em todo o mundo. Esta obra marcou um novo estilo literário, sendo “inaugurado” os Contos de Fada, anteriormente apenas contados pelas senhoras nos salões de Paris, o que rendeu a Perrault o título de Pai da Literatura Infantil. Autor de clássicos da literatura infantil como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, Ciderela, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar e Barba Azul, contos com finalidade moral para crianças.
Le Petit Chaperon Rouge (Chapéuzinho Vermelho)
O título da obra vem da protagonista, uma garotinha de capa vermelha que enfrenta os perigos a floresta afim de visitar sua avó. A história foi contada de boca a boca por franceses, italianos e alemães durante séculos até que fora sintetizado em conto literário por Charles Perrault no século XVII. A versão que mais se popularizou da história é a dos Irmãos Grimm que se dedicaram ao registro de variadas fábulas infantis no século XVIII. A obra sofre até hoje releituras e é constantemente revivida no cinema, teatro e televisão.
Os Irmãos Grimm também foram responsáveis pela popularização deste conto, onde usaram como referência as obras de Charles Perrault e Giambattista Basile. O nome da personagem é variante de acordo com cada escritor, na obra de Basile intitulada Sol, Lua e Talia, o nome da protagonista é Talia, do greco Thaleia (florescimento). Em Perrault, a personagem não tem nome, mas sua mãe é Aurora. Na obra de Tchaicovsky, o nome é transferido para a filha, sendo então usado o nome Aurora para a princesa da Disney.
Desta vez a popularização do conto ficou exclusivamente com Perrault. Baseada no conto italiano La Gatta Cenerentola (A Gata Borralheira), a história era o conto de fadas mais sonhado entre uma boa parcela das meninas. Há também registros de um conto semelhante na China por volta de 860 a.C.. Os Irmãos Grimm também fizeram sua versão da história. Algumas produções de Walt Disney e o filme Uma Linda Mulher, de 1990, protagonizado por Julia Roberts são inspirados no conto de Charles Perrault.