Como o estado piora a vida dos que se envolvem com ele
Redação DM
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 21:27 | Atualizado há 10 anosEu realmente não gosto de reclamar do governo. Acho perda de tempo fazê-lo, assim como uma má estratégia. Eu estou convencido de que é muito mais proveitoso deixar toda a bagunça para trás e focar em coisas melhores.
Grande parte da raça humana está emocionalmente acorrentada ao governo, em um relacionamento notoriamente abusivo. Hoje discutirei um tópico que não recordo ter visto em nenhum outro lugar. Começarei pelo “que”, avançando, posteriormente, para o “por quê”.Ao longo de muitos anos, observei que, quanto mais o governo se envolve na vida das pessoas, piores elas ficam.
O exemplo nº1 tem que ser a ‘classe’ (ou, talvez, deveria dizer ‘classes’) dependente do estado de bem-estar – pessoas cujas vidas dependem quase que, permanentemente, de verbas oficiais. Em praticamente todas as cidades, a pior vizinhança é aquela com a maior porcentagem de pessoas dependentes do governo. Sim, alguns ideólogos ainda protestarão que a pobreza vem antes da ajuda governamental, mas isso é verdade somente às vezes, além de obscurecer uma verdade importante: tornar adultos dependentes traz consigo, inevitavelmente, degradação.
Como estou falando de minhas observações, destaco que já tive contato próximo com muitos guetos e comunidades dependentes do governo durante a minha vida. E tive amigos que fugiram de atrozes projetos habitacionais do governo. Portanto, não estou reciclando as opiniões de outrem.Não é somente degradante viver como dependente, mas quem tenta escapar desse ciclo vicioso é duramente punido. Se você é dependente e começa a trabalhar um pouco,seus repasses são cortados drasticamente. Então, a não ser que você tenha um emprego realmente bom a vista (e quantas pessoas realmente tem?), esqueça a possibilidade de abandonar o sistema.
Esse tipo de vida destrói a opinião própria, a dignidade, as boas maneiras e muito mais. Se você quisesse arruinar um grupo de pessoas, você as tornaria dependentes do assistencialismo, com aumentos crescentes no valor das bolsas – precisamente o que foi feito em minha cidade na década de 1960, por supostos benfeitores progressistas.
E não são somente os pobres. Existem milhões de pessoas na classe média que estão agora vivendo do assistencialismo. Nos Estados Unidos, temos 94 milhões de pessoas que estão oficialmente fora da força de trabalho. Uma grande porcentagem delas está em food stamps ou encostadas. Elas também estão sendo degradadas.E não somente nos Estados Unidos; a Europa também está em maus lençóis. Poucos anos atrás, vivi em uma grande cidade europeia, e era chocante ver quantas pessoas totalmente capacitadas não se importavam em trabalhar, pois já desfrutavam de programas assistencialistas suficientes para sobreviver. No bairro onde eu vivia,a maioria dos comerciantes era imigrante, já que as antigas famílias de comerciantes tinham há muito fechado suas lojas.
E viver do dinheiro governamental efetivamente piorou as suas maneiras. Por um lado, você dificilmente acreditaria na quantidade de fezes caninas nas calçadas. Era difícil não pisar. As pessoas simplesmente não se importavam em recolhê-las. Além disso, existia um roubo endêmico de coisas como bicicletas. E tudo isso em um “bairro decente”, em uma cidade “de primeiro mundo”.
Começarei minha lista de causas pelo seguinte: viver nas costas do governo remove a cooperação de nossas vidas. Em qualquer tipo de negócio, nós temos que interagir e cooperar com dezenas de pessoas. Nós temos que obter informações e adquirir materiais delas, e assim por diante.
A confiança tem que ser mútua. Tudo isso ajuda a fortalecer as boas maneiras, assim como os valores de responsabilidade, pontualidade, integridade e dignidade. De quebra, ajuda-nos também a melhorar as habilidades de expressão. As pessoas que se refugiam no assistencialismo não desfrutam de tais vantagens. Em vez disso, elas assistem ao programa do Jerry Springer
Outro fator relevante é que as pessoas alinhadas ao governo não fazem escolhas; as suas vidas são ditadas a elas. Isso não é um comportamento natural do ser humano. Nós precisamos escolher e necessitamos enfrentar as consequências de nossas escolhas. A dependência governamental elimina essa possibilidade. E os humanos simplesmente não podem prosperar dessa forma.
Nós somos construídos para prosperar e realizar. Ter as coisas perpetuamente dadas a nós nos degrada, e muito. Quando vivemos uma vida de dependência, nós nunca aprendemos a superar as nossas limitações, a ser melhores. Na verdade, o aperfeiçoamento é punido em culturas de dependência, e não poucas vezes, de forma violenta.
Mesmo o envolvimento governamental na “educação” é degradante. Esse é o meu principal argumento contra as escolas: as crianças são forçadas a relacionamentos inescapáveis. E isto degrada as crianças. Pergunte aos pais que optaram pelo regime de homeschooling ; eles dirão que a maioria dos maus costumes que seus filhos adotaram são consequência do período que permaneceram em escolas públicas. Um arranjo forçado é simplesmente um péssimo plano… pelo menos, se desejarmos a saúde e o progresso humanos.
No fim das contas…
Minha observação é que, quanto mais o governo se envolve na vida das pessoas, pior é a conduta que elas adotam entre si. (E sei que não estou sozinho nesta opinião).
Existem exceções? Sim, provavelmente muitas. Que bom que assim seja. Mas no fim das contas, esta afirmação continua sendo verdadeira:
A ajuda governamental é a maldição daqueles que dela dependem. Ela os torna piores, não melhores.
Tradução de Matheus Pacini.
Paul Rosenberg é o autor de FreemansPerspective.com, um site dedicado à liberdade econômica, independência pessoal e privacidade