Lucas desafia médicos ao completar um ano de vida após nascer com um problema grave na traqueia
Redação DM
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 16:07 | Atualizado há 8 mesesMaria José, de 27 anos, e Maxwell Luiz, de 33, não planejavam ter um filho no ano passado, mas quando Maria ficou ciente da gravidez, recebeu a novidade com alegria. No primeiro ultrassom, o ginecologista informou que havia a suspeita que o bebê tivesse Síndrome de Down. O casal decidiu continuar com a gestação.
Poucas semanas depois o médico não dava mais atenção para o casal e eles resolveram pagar uma consulta particular. Encaminhada ao Hospital das Clínicas, a mãe descobriu que o bebê tinha uma condição ainda mais grave: atresia de traqueia.
Atresia de traqueia é uma má malformação grave que consiste na obstrução da traqueia, órgão que leva ar até os pulmões. Com esse bloqueio, o líquido que normalmente é produzido pelo pulmão do feto ficava acumulado, os pulmões estavam inchando e espremendo o coração do bebê dentro do útero.
Durante a consulta, a ginecologista explicou que não havia nada a ser feito. Em toda a vida profissional dela, disse a médica, nenhum bebê tinha sobrevivido nessa condição, porém a realidade da mãe mudou ao conhecer Antônio Fernandes Moron, médico, professor titular do Departamento de Obstetrícia da (Unifesp) e precursor da cirurgia fetal – operação realizada com o feto ainda dentro do útero – no Brasil.
A partir de então, periodicamente, eram realizadas punções para retirar o líquido do feto. Algum tempo depois, o médico obstetra sentiu a necessidade de realizar uma cirurgia com o objetivo de desobstruir a traqueia do bebê. Um corte de apenas 5cm foi feito no útero e, por esse pequeno espaço, chega-se à traqueia do bebê. Na cirurgia, um orifício de meio centímetro foi feito no pescoço e traqueia de Lucas para escoar o líquido.
O nascimento
Lucas nasceu na manhã do dia 23 de dezembro de 2014, antes do horário previsto para o parto. A mãe começou a passar mal de ansiedade e nervoso e a bolsa estourou antes da data agendada.
Poucas horas após o nascimento, a criança já teve que passar por uma traqueostomia para a colocação de uma cânula, e, por ser prematuro, ficou na incubadora e internado por 4 meses e meio.
Hoje, Lucas respira por meio de traqueostomia, mas já depende muito pouco de um cilindro de oxigênio. Os trâmites com o convênio já foram resolvidos e o menino tem sua saúde cuidada diariamente. Eles têm home care, fisioterapeuta todos os dias, além de consultas residenciais.