Cotidiano

OAB vai acionar estado para defender estudantes

Júlio Nasser

Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 14:07 | Atualizado há 9 anos

Tom Carlos

Uma comissão de Direitos Humanos integrada por representantes da Defensoria Pública, Ministério Público e Conselho Tutelar visitam na manhã desta sexta-feira e no período da tarde três das escolas ocupadas pelos estudantes secundaristas de Goiás.

Pela manhã, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu acionar o Governo de Goiás na Justiça através da Comissão de Segurança Pública.

Existem denúncias de que estudantes foram espancados e agredidos nas escolas por forças policiais.  O Governo de Goiás abriu sindicância para apurar se ocorreram de fato as supostas agressões.

A comissão de Direitos Humanos, por sua vez, pretende assegurar a integridade física e o direito à livre manifestação dos alunos.

Já são 22 escolas ocupadas em Goiânia e interior. Os alunos pedem que seja arrecado  alimentos e material para limpeza. Existe uma ampla campanha de auxílio aos jovens nas redes sociais.

Nas escolas, os estudantes realizam limpeza e recuperação das alas que estão abandonadas.

No Instituto de Educação de Goiás (IEG), por exemplo, os estudantes limparam a piscina, abandonada há mais de uma década.

Sem negociar com os estudantes, o Governo de Goiás já iniciou a seleção das empresas que atuarão no comando de escolas de 23 unidades de Anápolis – uma das cidades que serão controladas pelas sociedades privadas.

‘REVOLUÇÃO’

O principal motivo dos protestos refere-se ao modelo que o governo tenta impor. Projeto do governador Marconi Perillo, as OS são consideradas por ele como inovadoras e capazes de revolucionar a educação do Estado de Goiás.

Os estudantes, entretanto, alegam que as OS podem iniciar um processo de privatização do ensino público, garantia da Constituição Federal 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). “Sem contar que fica mais fácil desviar dinheiro. Uma OS pode depois doar dinheiro pra quem quiser, inclusive para políticos. Não é pública mesmo”, diz a estudante Alana Marques, que participa de uma das ocupações.

A secretária de Educação Raquel Teixeira, que apoia as OS, afirma que existe muita desinformação e boatos. Para elas, Goiás terá um salto de qualidade após instalar as OS.

O movimento conta com apoio de praticamente toda a sociedade organizada.

Artistas de destaque nacional e internacional, como a banda goiana Carne Doce, motivo de reportagem no New York Times, realizam shows em defesa dos estudantes.

As principais faculdades e programas de pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG) emitiram nota em que apoiam os estudantes goianos. Faculdades de Educação, Ciência Social, Informação e Comunicação e Direito apoiam as manifestações através de nota de repúdio por tentativa de manipulação da imprensa e ausência de diálogo.


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