Qual a nossa opção?
Redação DM
Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 23:51 | Atualizado há 10 anosNós sempre buscamos a média, assevero alicerçada no fato de que constantemente nos satisfazemos com o seis, pois ele basta para passarmos de ano; satisfazemo-nos com o emprego mediano porque assim dá para pagar as contas no final do mês; e não só com isso, também com várias outras coisas presentes no nosso cotidiano e conformar com a média é admitir-nos medíocre. Já que não tem “a” vai “b”, não deveria ser assim. Já que não tem “a”, deveríamos buscar incessantemente pelo “a”. Diria de forma tão mais doce Colasanti: “Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia.”
As consequências estão em tudo que fazemos e não precisamos ir longe para ver. Aquele que se sobressai, que deixa de aceitar essas pequenas situações desconfortáveis sem questionamento e nem luta, é encarado de forma diferente por onde passa por não seguir o padrão, por não fazer parte da normalidade, ou, melhor dizendo, da mediocridade. Prova maior disso são os apelidos agregados, já nas escolas, aos alunos esforçados.
Steven Pressfield, ao escrever “A Guerra da Arte”, aduz muito claramente sobre esse pacto tácito da humanidade, é como se cada indivíduo se comprometesse, de forma inconsciente, a se manter sempre nessa linha mediana. Pincela, por fim, que “a mais alta traição que um caranguejo pode cometer é saltar para a borda do balde”, é como se o sucesso do outro se tornasse uma forma de censura dolorosa e que incomoda extremamente, afinal, mostra o que poderíamos ser, mas não somos por inércia.
Confesso que em nossa sociedade, mais do que nunca, esse Pacto Silencioso tem gritado. Os heróis, vencedores, inteligentes, empenhados ou que possuam qualquer outra característica que possa de alguma forma elevar-se, no Brasil, requer coragem. E temos duas opções: pactuar ou enfrentar essa resistência, fica a critério.
(Mariana Carvalho, graduanda em Direito, assistente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás – [email protected])