Uma saudade chamada Brasileirança
Redação DM
Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 20:40 | Atualizado há 7 mesesDuas das maiores expressões da música brasileira remanescentes dos anos 1980 voltam ao palco em Goiânia nesse sábado, 12: Xangai e Juraíldes da Cruz fazem o show “Brasileirança”, a partir das 20h30 no Teatro Basileu França, no Setor Universitário.
Brasileirança é o nome de um programa que Xangai participa na Rádio Educadora da Bahia que se presta basicamente a firmar e divulgar a melhor apresentação da música e da cultura nordestinas.
Xagai, nascido Eugênio Avelino, é violonista de primeira linha e considerado o melhor intérprete de Elomar. Formou com seu mestre e os também cantadores de primeira linha Geraldo Azevedo e Vital Farias o grupo que apresentou o espetáculo antológico “Cantoria 1”, em 1984, que gerou a gravação do álbum, ainda em LP ou disco de vinil. Coisa que pouca gente ainda sabe que existiu. Canções que marcaram época como “Saga da Amazônia”, “Ai que Saudade de Ocê” e “Ai Deu Sodade” fizeram a alegria de toda uma geração que aprecia a melhor forma da música brasileira regional.
Junto de Juraíldes da Cruz, Xangai já apresentou versões belas de músicas dos dois e prometem matar a saudade dessas melodias conhecidas de quem aprecia a pura MPB. Difícil alguém que não ouviu e solfejou trechos como “não se admire se um dia um beija-flor invadir, a porta da sua casa, te der um beijo e partir. Fui eu quem mandei o beijo, que é pra matar meu desejo. Faz tempo que eu não lhe vejo, ai que saudade d’ocê”.
Xangai nasceu em Itapebi, interior baiano e seus pais se mudaram quando ele ainda era menino para Vitória da Conquista, onde recebeu influências de cantadores regionais e conheceu o violão. Em Nanuque, outra cidade do interior para onde a família se mudou, o pai era proprietário de uma sorveteria chamada Xangai, de onde ele herdou o nome artístico por ficar conhecido como o “menino da Xangai”.
Juraíldes da Cruz é velho conhecido da cena cultural de Goiânia. Nascido goiano, mas declarado tocantinense depois que o estado foi criado, Juraíldes é um dos grandes talentos da música brasileira legados pela cultura goiana da década de 1980. Também por volta de 1984 ele compôs uma de suas maiores preciosidades: Dodói. Sua letra singela e melodia harmoniosa encantou quem a conheceu desde o início e ficou gravada na memória: “Ei flor, cadê o cheiro que ocê prometeu”. Chegou a ser classificada para o Festival dos Festivais, em 1985, mas foi injustamente incluída como não sendo inédita.
O show promete boa música, causos engraçados e interação com o público. Um dos promotores do encontro musical é o vereador Djalma Araújo, agitador político de primeira linha e conhecedor da cultura brasileira como poucos. Velho militante de esquerda, com destaque para o movimento trotskista e amante da boa música popular brasileira. “Goiânia é carente de bons espetáculos assim, por isto nos esforçamos para trazer o que a música brasileira tem de melhor para nossa população”.