Cotidiano

Em Goiás se vive menos

Redação DM

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 23:21 | Atualizado há 7 meses

Foi publicada ontem (1), no Diário Oficial da União, a Tábua Completa da Mortalidade que trouxe dados relevantes em relação à diminuição da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida do brasileiro. Os dados, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se referem ao ano de 2014.

Em 2013, a expectativa de vida dos brasileiros era de 74,9. Já em 2014 aumentou para 75 anos e dois meses (75,2). As mulheres vivem em média 7,2 anos a mais que os homens, com uma expectativa de 78,8 anos, contra 71,6 anos para eles. No geral, o País aumentou a expectativa de vida em 3 meses e 18 dias. Porém eles passaram a viver mais em 2014 com acréscimo de três meses e 25 dias, contra três meses e 11 dias para as mulheres.

Santa Catarina foi a unidade da Federação com a maior expectativa de vida: de 78,4 anos. Os três estados da Região Sul, os quatro estados do Sudeste e o Distrito Federal ocupam as oito primeiras posições – todos com expectativa de vida superior à média nacional (75,2 anos). Depois deles, o Rio Grande do Norte apresenta a maior taxa, que coincide com a média do Brasil.

A menor expectativa de vida ao nascer é a dos maranhenses (70 anos). O Piauí tem a segunda menor, com 70,7 anos. Alagoas, aparece em seguida, com 70,8 anos.Já o estado de Goiás, se comparado com 2013, teve aumento de apenas um mês. Os goianos vivem em média 73,8 anos – abaixo da média nacional (75,2 anos) – o que representa um ano e quatro meses a menos de vida.

Rosa Maria Martins Vieira,sub coordenadora estadual da saúde da criança,afirma que o fato de o crescimento da expectativa de vida ter sido maior em outros estados não significa que Goiás esteja se desenvolvendo em ritmo menor.“O crescimento maior em outros estados se deve pelo fato de eles estarem bastante atrás dos demais estados, e após ações como a melhoria nas condições de saúde e saneamento, deram uma acelerada. É importante termos em mente que o crescimento que nosso estado obteve na expectativa de vida significa melhoria. A proporção do crescimento vai variar mesmo, dependendo do contexto de cada um dos estados”, explicqa Rosa.

As Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil são utilizadas pelo Ministério da Previdência Social como um dos meios para que o fator previdenciário seja determinado, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Mortalidade infantil

De acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em relação à mortalidade infantil, o país registrou, no ano de 2014, a média de 14,4 casos de morte de crianças que ainda não haviam completado um ano de vida para cada mil nascimentos.O indicador manteve a trajetória de queda nos últimos cinco anos, visto que em 2011 foi 16,43 por mil, em 2012 chegou a 15,69, em 2013, a 15,02, e em 2014 chegou a 14,4.

Os estados que apresentaram maior queda foram, respectivamente: Espírito Santo (9,6), Santa Catarina (9,8), Paraná (10,1) e Rio Grande do Sul (10,2).Em contrapartida, Amapá (com quase 24,0), Maranhão (23,5), Alagoas (22,4), Rondônia (20,8), Piauí (20,4) e o Amazonas (19,4) têm taxas de mortalidade infantil consideravelmente maiores que a os estados que apresentaram os melhores índices do país.

A mortalidade infantil obteve queda de 90% ao longo do século 20 e no começo do século 21, sendo que atualmente, o índice é o menor na história. No ano de 1940, a realidade era outra: 146,6 crianças morriam antes de um ano para cada mil nascidas vivas. Em 1970, a taxa desceu para menos de 100: 97,6 por mil.

Na década de 90 o índice era de 45,1 por mil e no ano 2000 caiu para 29 por mil. No final da primeira década do século 21, o índice caiu mais, dessa vez para 17,2 por mil.

O Brasil, segundo o IBGE, está ainda bastante atrás de países como Japão e Finlândia, nos quais a taxa de mortalidade infantil é de 2 a cada mil crianças nascidas vivas. Em contrapartida, o resultado brasileiro está bastante acima dos de países como Índia e a África do Sul, com, respectivamente, 37,6 e 35,9 por mil.

Rosa Maria Martins Vieira, sub coordenadora da saúde da criança em Goiás, afirma que a queda no índice de mortalidade infantil se deveu a aspectos como por exemplo, a melhoria no saneamento básico. Ela também explica que a mortalidade infantil é maior em bebês com até um mês de nascido, o que é chamada de “mortalidade neonatal”. Isso ocorre porque a criança pode nascer com baixo peso, ou prematuro, ou com algum problema que pode ser resolvido no que os pediatras chamam de “minuto de ouro”, que é o primeiro minuto após o nascimento da criança.

“Para evitar casos de mortes no primeiro mês é preciso que a mamãe faça um acompanhamento pré-natal de qualidade, com um bom número de consultas, exames, avaliação de risco, etc. É preciso também que haja à disposição um transporte para o caso de ser necessário no momento do parto, além de uma boa assistência ao recém nascido, com  profissionais de qualidade que entendam de reanimação neonatal”.

Ela afirma ainda, que  Goiás tem uma boa cobertura nos atendimentos à gestante e ao recém nascido, sendo que não há região no Estado que não tenha leito para parto. “As UTIs precisam ser centralizadas mesmo, já que exigem uma boa equipe, que só é formada por meio da prática, mas os atendimentos básicos às gestantes e aos recém nascidos existem à disposição em todas as regiões do estado”.

Rosa indica à população que procure na internet as “Boas práticas obstétricas de partos e nascimentos”, de modo a se inteirar sobre o assunto. Além disso, pede para que nesse fim de ano as mulheres que amamentam não se se esqueçam de doar para o banco se leite. “Assim como o banco de sangue, o de leite também fica prejudicado no fim do ano, com as festividades, pois muitas pessoas viajam. Mas é importante doar, pois muitas crianças precisam”, conclui.

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