A séria pergunta “Quer cachaça?” se revela na hilária resposta “Me dê, papai!”
Redação DM
Publicado em 22 de novembro de 2015 às 00:07 | Atualizado há 10 anosOs ângulos e perspectivas que vão se apresentando nas mídias modernas tem proporcionado vínculos diferenciados e, dentre os vários, vou me ater a destacar um jeito simpático de interação que tem a competência de alertar, de modo hilário, algumas situações que merecem uma abordagem diferenciada, e assim como há quem se habilita sem talento apesar da disposição, o que é elogiável, também, com muita desenvoltura e habilidade, somam-se outras tantas.
O modo de viver da sociedade com o advento da comunicação e interação virtual, dado a sua capilaridade, mostra um fenômeno novo, pois ao mesmo tempo em que se revela um distanciamento físico no relacionamento interpessoal também se mostra uma aproximação ideal proporcionada por um conjunto heterogêneo comunicante ou de relacionamento em que não há a materialização da pessoa, mas, cujo conjunto de valores e princípios demarca e rege a conduta do grupo ou sociedade que se organiza nesse intra-espaço, ou seja, a grosso modo pode-se demarcar um breve conceito de ética como sendo o conjunto de valores morais e princípios que gerem a conduta social, possibilitando a vivência de sensatez e bom funcionamento social visando o não dano aos indivíduos.
Será que estes valores e princípios são suficientes para equilibrar a sociedade atual?
A resposta abalizada e merecedora de consideração, certamente, deve provir de enunciados de estudiosos do assunto como sociólogos e outros da área relativa ao estudo do comportamento coletivo humano, mas, não considero despropositado ou nulo o juízo pessoal conquistado e construído no exercício da convivência, considerando ser a experiência um fortíssimo e estruturado alicerce para o edifício do tecido social. Por tal consideração evidencio, não para a categoria, mas para todo e qualquer ser humano que se considera uma eminência ou intocável, ou até mesmo divindade, que não é pelo volume e número de livros contidos na biblioteca que faz do indivíduo um sábio por uma lógica que pauta o meu compreender já por anos: um asno carregado de livros não é um sábio, mas, tão somente um asno de cargas.
Havendo a tradução literal do pensamento, para o campo midiático, relativo a postagens ou acessos, compreende-se que não é pela quantidade de uma ou outra que transforma o objeto, em questão, uma preciosidade intelectiva ou algo do gênero, mas, apenas uma fonte temporária, merecedora da curiosidade de um grupo conectado que se utiliza do ócio, já que no momento não tem nada melhor para fazer o gasto no que está mais à mão.
O olho no olho não existe mais. O eu me amo, na auto-foto denominada pela língua dominante no meio virtual de “selfie”, é a expressão maior do egocentrismo que galgou o mais alto patamar na escalada humana onde a proximidade virtual decreta o distanciamento físico.
O insulamento começa a pesar. As vespas, artrópodes e mariposas que borboleteiam o espaço imaginário, encantadas pelo resplendor que veste o planeta virtual, vão continuar no vácuo sem ter e sem ser ainda por um bom período, mas, um significativo grupo começa a migrar para um campo especial e inicia a construção de um mundo novo nesse novo mundo, que mesmo virtual se corporifica, estabelecendo em sua fronteira um portal de acesso às diferentes inteligências para momentos de deleites coletivos ou individuais.
Apesar de obtuso, mais gradado no mundo virtual, o esforço e a vontade são terrenos possibilitadores de satisfatórias colheitas, em especial quando a ferramenta de busca retorna com sementes da instrução gerando saber, principalmente quando faz do sorriso um alerta social, no caso em questão ligado ao alcoolismo, onde a séria pergunta “Quer cachaça?” se revela na hilária resposta “Me dê papai!”
(Miron Parreira Veloso, jornalista, radialista, escritor, bel. C. Contábeis – G. Público Livro pub. Gestão Pública – Prática e Teoria (UEG))