Delator cita propina para o PT
Redação DM
Publicado em 19 de novembro de 2015 às 22:29 | Atualizado há 10 anosA edição do Estadão dessa terça-feira trouxe uma reportagem em sua versão online que remete a possível ligação de dirigentes do Partido dos Trabalhadores e o esquema de propina com dinheiro desviado da Petrobras. As investigações da Operação Lava Jato revelaram em sua mais recente divulgação de dados à imprensa detalhes revelados pelo lobista Milton Pascowitch.
Após fechar acordo de delação premiada com os procuradores da República que atuam na Operação Lavajato, Pascowitch começou a detalhar as atividades do esquema de propinas frutos dos desvios da Petrobras. Ele é apontado como operador do Partido dos Trabalhadores no esquema de corrupção. Em 11 seu depoimento prestado à Polícia Federal em 11 de setembro, como narra a reportagem do Estadão, Pascowitch afirmou que recebeu em seu escritório em São Paulo um certo “Ricardo Dias”, e que esse seria ligado à direção do PT.
Ainda com base em seu depoimento o indivíduo chamado “Ricardo Dias” teria levado “R$ 300 mil em cada oportunidade” e que isso se deu por duas ou três vezes. O dinheiro seria oriundo de comissão relativa a obras realizadas pela construtora Engevix e que existiria uma combinação de repasse para o PT relativo a esse contrato entre a empreiteira e a Petrobras.
“Junto ao seu escritório em São Paulo na Avenida Faria Lima compareceu duas ou três vezes a pessoa de Ricardo Dias o qual seria ligado à diretoria financeira do PT segundo se recorda, e teria levado R$ 300 mil em cada oportunidade”, declarou Milton Pascowitch.
O jornal ainda explica que os investigadores acreditam que “Ricardo Dias” pudesse fazer parte de alguma variável de operação de recursos financeiros para campanhas eleitorais em que o PT tivesse interesse. Milton Pascowitch revelou que entre os anos de 2009 e 2011 foram feitos repasses da ordem de R$ 10 milhões para o ex-diretor financeiro do PT, João Vacari Neto e que até mesmo o diretório nacional do partido recebeu doações legais por parte da Engevix, como parte da cartelização dos contratos da Petrobras.
Homônimo
Ricardo Dias é advogado e velho militante do PT em Goiás. Militou no movimento estudantil durante a década de 1980, formou-se em Direito pela Universidade Católica de Goiás, foi conselheiro da OAB-GO e foi procurador-geral do Município de Goiânia na gestão de Pedro Wilson, (2001-2005).
Procurado pela reportagem o advogado Ricardo Dias disse que o caso é uma coincidência de nomes e que não conhece o lobista Milton Pascowitch nem esteve em seu escritório em São Paulo. “Só vi esse cidadão pela televisão, não o conheço e nunca busquei dinheiro em São Paulo nem levei para lugar algum”, frisou. Para ele se trata de um homônimo e que “lamentavelmente associam o fato devido à repercussão da Operação Lava Jato”.