Captagon, uma droga a serviço da jihad
Diário da Manhã
Publicado em 18 de novembro de 2015 às 06:05 | Atualizado há 9 anosPARIS – Pelo menos dois grupos jihadistas, o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, vêm distribuindo aos combatentes o Captagon, substância que inibe o medo de seus combatentes. Quimicamente trata-se de uma droga sintética formada pela união da anfetamina com a teofilina. Por 25 anos, ela foi utilizada como alternativa mais branda às anfetaminas, mas foi colocada na lista de substâncias controladas nos Estados Unidos em 1981. Cinco anos depois, tornou-se ilegal na maioria dos países. No Oriente Médio, no entanto, ainda é produzida em larga escala.
A substância elimina o medo e fadiga e cria “uma espécie de euforia”, segundo o psiquiatra Ramzi Haddad.
— Você não dorme, não come e tem energia — explicou à Reuters.
Relatos não indicam apenas que os terroristas utilizam a droga em seus ataques. Ela também é produzida por eles e muitas vezes vendidas no mercado negro em troca de armas. Na Síria, o Captagon gera centenas de milhões de dólares em receitas anuais, onde lidera a lista de anfetaminas consumidas.
Em outubro, o jato particular do príncipe saudita Abdel Mohsen foi flagrado no Líbano com mais de duas toneladas da pílula. A produção do Captagon exige conhecimentos básicos de química e pouco material, tornando-se assim um negócio altamente rentável:
“Aquilo que antes era uma indústria artesanal tornou-se uma atividade econômica importante”, disse um relatório recente da ONU.
Os combatentes usam a pílula para ficar acordados, controlar os nervos e até aumentar o desempenho sexual.
— Você começa a lutar sem cansar. Não sabe o que é o medo — explicou um traficante ao canal francês “Arte”.